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quinta-feira, 16 de julho de 2015

CONTRACANTO: PROCURA RECOMPENSADA

Julho do ano passado e Shirley estava procurando, não, quero 
dizer é que ela postou um poema que se intitula "Procura". 
E o que procurava ela nesse poema? 
Ora essa! Procurava o que todo romântico procura: 
Um amor, constante e fiel, que tenha sempre carinho para 
oferecer e uma palavra amiga nos momentos de infortúnio. 

Como é o mundo sem esse amor, descrito pela Shirley? 
Um mundo sem luz, sem cor, sem sabor, pródigo em dores, 
isento de flores, e desprovido de conforto emocional, aquele 
que, devido à solidariedade, aquece no frio e refresca no calor. 

E, o pior disso tudo é que, essa 'buscadora' já contava com um 
amor desse tipo, pois indaga:  
"onde estás tu que dizias me amar?" 
É isso que torna tudo mais terrível, a pomba que estava na mão 
saiu voando, não se sabe pra onde, nem dá indício de que vai 
retornar. 
Entre nesse clima seguindo os leves versos da Shirley: 

PROCURA
Shirley
(2014.07.05)

"Preciso tanto 
de uma palavra sedativa 
amorosa e libertadora. 
Meus pensamentos 
se vestem de luz diáfana 
e te buscam 
nas praças floridas 
nos lagos mansos 
nas madrugadas silentes 
mas 
tua ausência 
me conduz para um mundo de dor 
sem cor 
inóspito 
sem lua sem sol sem mar... 
Onde o êxtase 
o futuro venturoso 
a beleza criadora onde 
estás tu que dizias me amar?..." 

   *   *   *   

Por onde andará essa 'pomba'? Que tipo de grão consome? 
Através dos 'psicográficos' versos do tesco vem a resposta. 
O herói diz que, apesar do carinho e do amor da sua amada, 
sente-se preso, sufocado, estrangulado naquela sua ânsia de 
liberdade. 

Traz no peito um vulcão prestes a entrar em erupção, uma 
torrente de emoções que quer compartilhar com o universo. 
Tanto a tempestade furiosa como o silêncio profundo de uma 
floresta o atraem sendo, portanto, incoerente em si mesmo. 
Ele próprio confessa que "Poucas vezes tenho nexo". 
vejam o recado completo abaixo: 

COMPLEXO
tesco 
(2014.07.08)

"Me buscas onde não estou 
Sou vário, sou complexo, 
Poucas vezes tenho nexo 
Nem eu sei por onde vou 
Vulcão ativo é meu retiro 
Resido na tempestade 
Vivo em plena liberdade 
Nas cascatas me atiro 
Só no silêncio das matas, 
No rochedo solitário, 
Em meio da imensidade 
Sinto-me bem de verdade 

Queres sol, queres luz, queres cor 
Queres mais, queres paz 
Isso eu não posso te dar 
Sou complexo, sou vário 
Dou-te apenas meu amor." 

   *   *   *   

Fica explicada, então, a ausência reclamada pela Shirley. 
Explicada, porém não justificada! 
A liberdade pode encontrar perfeito habitat mesmo em um 
pequeno recinto, desde que se configure um lar. Nenhuma 
contradição há nisso. 

Mas, mesmo o mais entusiasta viajante necessita de um porto 
onde possa ancorar, pelo menos por algumas etapas. 
E essa 'aportagem' se fará em tempo breve, pelo que se deduz 
dos últimos versos dessa suposta réplica. 

O 'fugitivo' diz que não poderá oferecer tudo que foi listado 
pela Shirley em seu poema, mas "dou-te apenas  meu amor". 
Ora, se isso não é uma promessa de retorno, não sei o que é! 

Abraço do tesco. 

3 comentários:

Hecta disse...



Ora, essa Tesco!
Você fez uma bela explicativa da ausência.
Ficou belo, meu caro amigo.
hiscla

CÉU disse...

Olá, tesco!

Ambos os poemas estão mto bem construídos, mas claro que o seu é a resposta ao da Shirley.
Homem não quer "corrente" nem de seda. Polinizar, sempre k seja possível, é "lei" genética.

Bom fim de semana.
Abraços.

Shirley Brunelli disse...

Você é muito esperto, mocinho!rs
Muito bom o seu poema.
Kiso!