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domingo, 25 de janeiro de 2015

MANTINHA DE SEDA

Ainda "sob o impacto" da leitura de "Fiz das pernas coração", 
coletânea de contos tradicionais portugueses, organizada por 
José António Gomes, trago-lhes uma historinha, bestinha, bem 
apropriada para crianças, pois relata ações de um 'abestado'. 

É um conto que não traz nenhuma dificuldade para a mente, 
nenhum exercício de imaginação, nenhum ensinamento, sua 
finalidade é divertir e entreter crianças, por isso mesmo, assim 
o creio, é divertido. 

AS SENHORAS DE MANTINHA DE SEDA

"Havia uma viúva que tinha um filho aparvalhado. 
Um dia diz-lhe a mãe: 
- Vai à cidade, leva esta barranha de mel, vende-o e traz-me 
o dinheiro. 
(Barranha (ou barranhão) - recipiente, pequeno alguidar) 
O rapaz aceitou a barranha de mel e foi para a cidade. 

Pelo caminho viu-se perseguido pelas moscas e disse: 
- Se as senhoras querem comprar o mel, fazemos negócio, 
mas não me piquem.
As moscas não responderam, e insistiram em não o largar. 
Então ele despejou o mel sobre uma pedra e disse: 
- Aí o têm; despachem-se e venha o dinheiro. 
As moscas caíram sobre o mel, e nada de dinheiro. 
Então ele zangou-se e disse que se ia queixar à justiça, voltando 
a casa para vestir o seu fato novo e apresentar-se ao juiz. 

Logo que chegou a casa, a mãe pediu-lhe o dinheiro do mel. 
- Vendi-o a umas senhoras de mantinha de seda, mas não me 
deram o dinheiro. 
- Mas tu conheces essas senhoras? 
- Conheço-as de vista. Vou queixar-me ao juiz. 

Vestiu o seu fato novo e apresentou-se ao juiz, perante quem 
lavrou a sua queixa. 
- E quem são essas senhoras? - perguntou o juiz. 
- Não lhes sei dizer o nome, mas conheço-as logo que as veja. 
- Quando as encontrar atire-lhes uma boa paulada - disse o 
magistrado. 
Neste momento pousou na testa do juiz uma mosca. 
Então o labrego ferrou-lhe na testa uma paulada, dizendo: 
- Da primeira estou vingado." 

(Recolha de Ataíde Oliveira, in Carlos de Oliveira e 
José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses, 
1º vol., Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 83-84) 

   *   *   *   

É coisa muito difícil, talvez 'missão impossível', prever ações 
de um louco ou aloucado e, por isso mesmo, tem-se que tomar 
cuidado com instruções a pessoas desse tipo. 

No caso de um juiz, as palavras emitidas sempre terão graves 
consequências, devendo ser bem ponderadas, em qualquer 
situação e para quaisquer pessoas. 

Assim, a paulada do final deste conto me parece bem aplicada. 
(Não me admiraria se o nome desse juiz fosse Joaquim). 

Abraço do tesco. 

4 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Ou Manuel...rs.
Beijo!

Anônimo disse...

kkkk vixe.. mexeu com juiz..mexeu com deus.. kkkk.. der brokoli =P

Denise Carreiro disse...

No nome do juiz vc forçou.
Penso que deve ser uma profissão muito complicada. Julgar as pessoas, segundo leis que nem sempre respondem às reais necessidades! Sabemos que cada um está em um degrau evolutivo e entende o mundo de forma diversa. Ao julgar estamos medindo o outro com a nossa medida. Complicado! Muita paz!

Anônimo disse...



Nem sei o que dizer! Mas sei que esses equivocos acontecem todos os dias! nem te conto!
(mas n com esse radicalismo todo)
hiscla