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sábado, 31 de janeiro de 2015

SORTESCO 330 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 59,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de: 
CYNTHIA!
Parabéns!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

CONTRACANTO: MUDANÇA DE ESTAÇÃO

Num momento de pleno verão pode-se falar em mudança de 
estação? Em poesia pode! Principalmente se as estações aí 
faladas representam variações nos sentimentos. 

E poesia, basicamente, versa sobre sentimentos - e versa os 
sentimentos - mesmo que fale sobre elementos tão díspares 
como carne seca ou cheiro de gasolina. O cerne do assunto, 
na verdade, são sentimentos. 

A poesia da Shirley é emblemática quanto a isso, pois reúne 
variados detalhes do ambiente circundante e, por meio de 
singulares metáforas, nos remete a uma enxurrada de 
sentimentos. Exemplo é seu post desta semana: 

HORA DA VERDADE
Shirley
(2015.01.24)

"Nuvens grisalhas meditam no espaço 
melodia suave vibra no ar doce da manhã 
meu olhar se perde na esquina silenciosa... 
Os raios  do sol chegam descalços 
e corajosos pisam 
no asfalto quente desse verão. 
Um cachorro late clamando por liberdade 
e não há brisa nas folhas jovens 
desse tempo sem fim... 
Vou pintar minha aura de azul 
tomar uma overdose de coragem 
e olhar para dentro de mim..." 

   *   *   *   

O leitor tem a liberdade de observar o poema do ponto de 
vista que melhor lhe aprouver e extrair o sentido que mais 
lhe agrade. Nisso o poeta não tem autonomia, depois de 
lançado ao mundo o poema só é seu nominalmente. 

Daí, um certo tesco, com sua visão torta do mundo da poesia, 
só consegue enxergar um romance - "ele só pensa... naquilo" 
- e traz à luz um personagem sofredor, incompreendido em 
seu amor, sempre à espera de um raio de luz. Vejam o choro: 

HORA FUTURA
tesco
(2015.01.29)

"Teu olhar... 
Teu olhar se perde? 
A verdade é que quem se perde sou eu! 
O gris das nuvens se torna chumbo 
em meu coração. 
Este que lateja e não bate, 
escravo que é. 
Mas que não clama por liberdade! 
Não, não, jamais. 
Sempre escravo teu 
na esperança que um dia 
soprem brisas de amor 
entre as minhas folhagens. 
Então 
no mais siberiano inverno 
se anunciará a primavera!" 

   *   *   *   

O que não se pode fazer é acusar este coração de ser um 
coração leviano, talvez a brisa não sopre nunca, mas ele fica 
ali, esperando um golpe de vento. A esperança só morrerá 
depois dele. 

Sim, eles existem. 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 48

A TORRE DE VIDRO
de ROBERT SILVERBERG
"Simeon Krug tem uma obsessão:
construir 
uma torre com 1 km de altura
para conseguir 
responder à voz que vem
do espaço. Os 
instrumentos para o seu
projecto são os 
andróides, seres que ele
próprio criou à 
imagem do homem e
dotados mesmo de 
aspecto humano.
E os andróides têm uma 
grande aspiração:
tornarem-se homens de 
carne e osso. E já
que tomaram Krug por 
seu Deus, pensam
que dele lhes deve vir 
a palavra, que opera
a transformação. 
Mas Krug não é Deus... e seria preciso um Deus
para poder 
controlar as terríveis emoções que Krug
desencadeou..." 

Um tanto anacrônico em 175 páginas: 
O Burj Khalifa, em Dubai, tem 830 m. 

INSCREVA-SE ASSIM: 
Escolha apenas UMA dezena de 00 a 99. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
A dezena vencedora será a do 5º prêmio 
no sorteio da Loteria Federal em 04/02/2015. 
Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, 
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

SORTESFCO 47 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 60,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de: 
SERGIO WAGNER!
Parabéns!

domingo, 25 de janeiro de 2015

MANTINHA DE SEDA

Ainda "sob o impacto" da leitura de "Fiz das pernas coração", 
coletânea de contos tradicionais portugueses, organizada por 
José António Gomes, trago-lhes uma historinha, bestinha, bem 
apropriada para crianças, pois relata ações de um 'abestado'. 

É um conto que não traz nenhuma dificuldade para a mente, 
nenhum exercício de imaginação, nenhum ensinamento, sua 
finalidade é divertir e entreter crianças, por isso mesmo, assim 
o creio, é divertido. 

AS SENHORAS DE MANTINHA DE SEDA

"Havia uma viúva que tinha um filho aparvalhado. 
Um dia diz-lhe a mãe: 
- Vai à cidade, leva esta barranha de mel, vende-o e traz-me 
o dinheiro. 
(Barranha (ou barranhão) - recipiente, pequeno alguidar) 
O rapaz aceitou a barranha de mel e foi para a cidade. 

Pelo caminho viu-se perseguido pelas moscas e disse: 
- Se as senhoras querem comprar o mel, fazemos negócio, 
mas não me piquem.
As moscas não responderam, e insistiram em não o largar. 
Então ele despejou o mel sobre uma pedra e disse: 
- Aí o têm; despachem-se e venha o dinheiro. 
As moscas caíram sobre o mel, e nada de dinheiro. 
Então ele zangou-se e disse que se ia queixar à justiça, voltando 
a casa para vestir o seu fato novo e apresentar-se ao juiz. 

Logo que chegou a casa, a mãe pediu-lhe o dinheiro do mel. 
- Vendi-o a umas senhoras de mantinha de seda, mas não me 
deram o dinheiro. 
- Mas tu conheces essas senhoras? 
- Conheço-as de vista. Vou queixar-me ao juiz. 

Vestiu o seu fato novo e apresentou-se ao juiz, perante quem 
lavrou a sua queixa. 
- E quem são essas senhoras? - perguntou o juiz. 
- Não lhes sei dizer o nome, mas conheço-as logo que as veja. 
- Quando as encontrar atire-lhes uma boa paulada - disse o 
magistrado. 
Neste momento pousou na testa do juiz uma mosca. 
Então o labrego ferrou-lhe na testa uma paulada, dizendo: 
- Da primeira estou vingado." 

(Recolha de Ataíde Oliveira, in Carlos de Oliveira e 
José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses, 
1º vol., Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 83-84) 

   *   *   *   

É coisa muito difícil, talvez 'missão impossível', prever ações 
de um louco ou aloucado e, por isso mesmo, tem-se que tomar 
cuidado com instruções a pessoas desse tipo. 

No caso de um juiz, as palavras emitidas sempre terão graves 
consequências, devendo ser bem ponderadas, em qualquer 
situação e para quaisquer pessoas. 

Assim, a paulada do final deste conto me parece bem aplicada. 
(Não me admiraria se o nome desse juiz fosse Joaquim). 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 330

SABEDORIA PERSA 
org. ARY DE MESQUITA
A literatura persa é pouco conhecida no 
ocidente e, consequentemente, amostras 
da sabedoria nela contida. Nos princípios 
do século 19, essa carência foi diminuída 
com a tradução dos escritos de Hafis, Rumi, 
Omar Khayam, Firdausi e Saadi de Xiraz, 
entre outros. Com isso o Ocidente foi 
enriquecido, não só com a poesia, como 
com a tradição espiritual dessa importante 
civilização antiga. Apenas 98 páginas, mas 
portando tesouros.  

INSCREVA-SE ASSIM: 
Escolha apenas UMA dezena, de 00 a 99. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
A dezena vencedora será a do 5º prêmio 
no sorteio da Loteria Federal em 31/01/2015. 
Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, 
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 

sábado, 24 de janeiro de 2015

SORTESCO 329 - RESULTADO

Sem concorrentes,
a vencedora é: 
HISCLA!
Parabéns!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CONTRACANTO: CARINHO

O carinho é por demais conhecido, pelo menos na atualidade. 
Mas, ouso dizer, apenas o carinho físico. Aquele que se mostra 
quando a mãe envolve seu bebê nos braços, ou quando a 
namorada afaga o braço do rapaz, ou este alisa os cabelos 
dela. 

Falo sobre algo mais sutil, como o que está na letra de 
"What a wonderful world" (Weiss/Douglas), cantada por
Louis 
Armstrong: 
"I see friends shaking hands, saying: "How do you do? 
They're really saying: "I love you" 
(Vejo amigos se cumprimentando, dizendo: "Como vai?" 
Eles estão realmente dizendo: "Amo você"). 

Estranhamente, na crônica
"A carícia essencial que resgata 
nossa humanidade", 
Leonardo Boff diz: 
"O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado." 
Eu penso justamente o contrário: É o afeto que está por trás 
da carícia, da ternura, do cuidado. Estes são representações 
exteriores do afeto. 

A coisa pode perfeitamente existir sem plena representação 
exterior, como o calor de rocha fundida sob delgada crosta 
de lava, aparentemente endurecida, ou água gelada abaixo 
de frágil camada de gelo. Ou, num exemplo mais cotidiano 
(e doloroso), o corpo do tomate 'pelando' de quente em baixo 
da pele 'quase' fria (Uuuuiiii!). 

Tal carinho é o tema deste soneto, iniciado em março de 2003, 
e que tomou forma final em abril daquele ano. 
Eis o que se formou: 

CARINHO  
tesco
(2003.04.16)

Só necessito teu carinho, gentil dama,  
Pois acalma meu ser desesperado.  
Sempre sentir tua presença ao meu lado, 
Ver-te sempre solidária ao pé da cama.  

Sei como seria triste e desolado, 
Não atendesses assim a quem te chama;  
Se não viesses amar a quem te ama.  
E me deixasses neste mundo isolado.  

Com a tua presença feminil, 
Eu já estou em paz e confortado, 
Nada me falta sob um céu de abril.  

Se já não temo mais ficar sozinho, 
Devo a ti o sentimento abençoado. 
Acaricia minh'alma o teu carinho!  

   *   *   *   

Creio ficar explícito que o carinho aí manifesto é o afeto que 
é transmitido, o que não exclui cuidados e atenções físicas, 
a própria presença da 'dama' já o diz. 

Mas o essencial é a solidariedade, a atenção, a conversa amiga, 
a renovação de ânimo levadas a efeito. Ou seja, o que, muitas 
vezes, é "invisível aos olhos". 

Abraço do tesco.

SORTESFCO 47

KRONK
de EDMOND COOPER 
"Gabriel Chrome junto ao Tâmisa,
meditava 
sobre a morte, quando
encontrou uma 
rapariga nua que tentava 
suicidar-se. Esse dia foi de esperança e 
redenção para um mundo corrupto e 
violento. Porque o que ele propunha era 
a salvação e não a morte através do 
alastramento epidêmico de uma bactéria 
que impossibilitaria instintos agressivos. 
A vida de Gabriel adquiriu imediatamente 
novo sentido - salvar a humanidade.
Mas 
a humanidade parecia muito afastada da esperança..."
Mais uma distopia de Cooper, em 144 páginas, porém
desta vez, com mais evidente senso de humor. 


INSCREVA-SE ASSIM: 
Escolha apenas UMA dezena de 00 a 99. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
(ítem 2 do Regulamento), em 28/01/2015. 
Escolha uma dezena AINDA DISPONÍVEL, 
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

SORTESFCO 46 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 31,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de: 
SHIRLEY!
Parabéns!

domingo, 18 de janeiro de 2015

UM CRIADO ESPERTO

Minhas leituras frequentemente descambam para coisas 
inusitadas. E, normalmente, escritos mais antigos, porque 
ostentam a palavra mágica: Grátis! 

Assim, comecei a ler uma coletânea, organizada por José 
António Gomes, de contos tradicionais portugueses, intitulada 
"Fiz das pernas coração", mais voltada para o público infantil, 
porém, como reúne histórias transmitidas oralmente, torna-se 
ponto de interesse geral. 

Os contos tradicionais, geralmente, tentam contar a 'esperteza' 
de um 'heroi', que representa o povo mais pobre, em resposta 
à opressão do poder dominante, nesse conto representada pela 
classe eclesiástica que, em toda a Idade Média, não desgruda 
do poder temporal. 

UM CRIADO ESPERTO

"Havia um sujeito que era padre e que tinha por costume não 
pagar as soldadas do criado, valendo-se de uma esperteza 
no acto do ajuste. Certo dia bateu-lhe à porta um rapaz e 
perguntou-lhe se queria assoldadar um criado. 
- Quanto queres ganhar? 
- Seis moedas por ano. 
- Pago-te cinco réis, mas com a condição de fazeres só o 
que te mando. 
- Estou pelo contrato - respondeu o rapaz. 

No dia seguinte entrou o criado ao serviço do amo, que 
o mandou varrer a rua. 
O rapaz varreu a rua e deixou o estrume em monte. 
- Por que não apanhaste o estrume? 
- Porque o patrão só me mandou varrer a rua. 
Percebeu o amo que tinha ao seu serviço um criado fino. 

Tentou durante muito tempo apanhar o rapaz em alguma 
falta, e não lhe era possível. 
Conferenciou o amo com um compadre muito esperto, 
e este disse-lhe: 
- Diga amanhã ao seu criado que lhe arranje um almoço 
muito leve, e seja qual for o almoço diga-lhe que é pesado. 

E assim sucedeu. O criado pôs-se a pensar na malícia do 
patrão e na maneira como se havia de sair. Depois de 
matutar algum tempo, veio pousar-lhe perto um pintassilgo. 
Apanhou-o vivo, meteu-o numa terrina, tapou-a com a tampa 
e esperou pelo patrão. 
Este entrou e pediu o almoço. 
- Está dentro dessa terrina. 
- Pois tu não sabes que as sopas são alimento muito pesado 
para mim? 
- Veja bem: não são sopas. 
O amo levantou a terrina, e o pintassilgo safou-se, voando. 
- Parece-me que não podia arranjar-lhe um almoço mais 
leve - disse o criado. 
O amo calou-se e foi conferenciar com o compadre. 

- Manda amanhã comprar dez réis de arres e dez réis de ais. 
E assim sucedeu. 
O criado pensou por algum tempo e disse consigo: achei. 
Foi ao campo com um saco, e meteu-lhe dentro grande porção 
de urtigas; depois comprou dez réis de laranjas e meteu dentro 
grandes porções de alfinetes com as pontas para fora, 
colocando as laranjas por baixo das urtigas. 

Trouxe o saco para casa e disse ao amo: 
- Aqui tem no saco o que me mandou comprar. 
O amo abriu o saco e meteu dentro a mão. 
- Arre! - gritou o patrão, sentindo-se picado nas urtigas. 
- Os ais estão mais abaixo. 
- Ai!, Ai! - disse o patrão desesperado, picando-se nos alfinetes. 
- Já vê que cumpri as suas ordens. 

Tornou o amo a casa do compadre. Este já não sabia que 
conselho dar-lhe. Pensou, pensou e disse: 
- Diga-lhe que é costume da casa jejuar-se três dias seguidos. 
É impossível que ele resista a tão grande jejum. E nesta 
hipótese ele safa-se, e o compadre vê-se livre dele. 

O patrão veio para casa e disse: 
- É costume da casa jejuar-se três dias seguidos; 
eu também jejuo. 
- Ora - respondeu o criado - na casa do último patrão jejuei 
seis dias, e não me custou o jejum. 

O criado preveniu-se com uma ceira de figos secos, que 
o amo reservava para o mês de Maio, e comia os figos, 
quando o amo não estava em casa. 

Ao segundo dia ordenou-lhe o amo que aparelhasse duas 
cavalgaduras para ambos irem a uma feira. 
O criado aparelhou-as e meteu no forro da albarda da 
sua cavalgadura uma boa porção de figos. Ora o amo, 
como já se disse, era padre e ia à feira para dizer missa 
numa capela rural. 

Pelo caminho tiveram de atravessar uma grande porção 
de mato, feito de estevas. O amo ia adiante e o criado atrás. 
Este ia comendo o seu figo, à sorrelfa. 
O amo, repentinamente, voltou os olhos para trás e viu o 
criado a comer. 
- Perdeste, pois que não jejuaste - gritou ele. 
- Não perdi, vou entretido em mastigar a carapinha das 
estevas, que refrescam a língua. 
O amo quis seguir o exemplo, mas estas são muito amargas 
e ele pôs-se a saboreá-las com repugnância. 

Chegaram a um outeiro, de onde se avistava ainda a casa 
do padre; e este fez parar a cavalgadura, exclamando: 
- Ai que me esqueceu a caixa das hóstias!... 
- Se quer eu vou lá; ceda-me a sua mula que é mais ligeira 
do que a minha e aqui estou num momento. 
- Pois sim, não te esqueças. Diz à criada que é a caixa maior. 

O criado montou na mula do patrão. 
Chegou a casa e disse à criada: 
- O patrão ordena que me entregue a bolsa maior 
do dinheiro, que tem no baú. 
- A maior não pode ser, porque é onde ele tem o dinheiro 
para pagar a fazenda que comprou. 
- Olhe, ele está além: pergunte-lhe. 
A criada subiu à varanda do prédio e pôs-se a gritar: 
- A maior ou a mais pequena? 
- A maior, a maior - respondeu o padre. 

A criada desceu e entregou a bolsa maior, que o criado 
arrecadou. Depois nunca mais apareceu nem com o dinheiro 
nem com a mula. 
Vingara assim os outros criados que não tinham recebido 
os seus salários." 


(Recolha de Ataíde Oliveira, in Carlos de Oliveira e 
José Gomes Ferreira, Contos Tradicionais Portugueses, 
1º vol., Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975, pp. 123-127.) 

   *   *   *   

Aí, portanto, não vemos a esperteza corrosiva de uma classe 
política, distorcendo as leis em seu favor, mas apenas respostas 
a canalhices e safadezas, disfarçadas sob algum verniz de 
honestidade ou mesmo de santidade. 

São ações locais e pontuais, sem nenhuma amplitude em seu 
efeito, mas que dão ao povo um sabor de vitória, o que quase 
nunca consegue na vida real. 

Abraço do tesco.  

SORTESCO 329

MÁXIMAS, PENSAMENTOS E REFLEXÕES 
DO MARQUÊS DE MARICÁ
Aqui estão reunidos 4188 reflexões (tem 
algumas repetidas, é verdade) de Mariano 
José Pereira da Fonseca, das quais as 
primeiras foram publicadas em 1837. 
Pode-se alegar: - Mas o que poderemos 
aprender com reflexões da primeira 
metade do século 19? Devemos 
considerar que a maioria delas é de 
ordem moral, e o homem, infelizmente, 
não mudou nada desta época até hoje. 
Veja-se, por exemplo: 
"259. Com pouco nos divertimos, com muito menos
nos afligimos.' 

"260. Aquele que se envergonha ainda não é incorrigível." 
"405. Ninguém quer passar por tolo, antes prefere parecer 
velhaco." 
"467. O roubo de milhões, enobrece os ladrões."
Como visto, tudo ainda perfeitamente aplicável. 

Não é livro pra concluir numa semana, nos convida 
a meditar, além de ter 516 páginas (formato bolso). 

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Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
(ítem 2 do Regulamento), em 24/01/2015. 
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ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

CONTRACANTO: MENSAGEM RECEBIDA

Shirley retornou a publicar, depois do recesso de ano novo. 
E eu aproveito que é a vez do comentário poético ao seu 
poema semanal, para incluir o poema atual. 

Nele, utilizando sua energia matinal, nossa poeta faz mais 
uma introspecção, procurando as forças para enfrentar os 
obstáculos da vida neste mundo purgatorial, onde dificuldades 
e desilusões não dão nem sinal de diminuir. 

Observando o céu azul, límpido e convidativo, tem um 'insight', 
se vê um pássaro, vencendo distância atroz e pousando na 
janela do amado. 
Visualize conosco:  

SERIA BOM 
Shirley
(2015.01.12)

"Busco palavras 
no fundo de minhas verdades 
e unindo-as 
com a energia da manhã 
edifico poemas e muros 
num incansável experimento. 
Neste mundo tridimensional 
no qual estagio 
- laboratório depurador - 
penduro trapos coloridos 
nos infinitos ciclos do tempo. 
Quando o azul do céu se distrai 
espalha inércia em minha alma 
então 
eu penso 
que bom seria possuir asas 
para romper as distâncias 
pousar na tua janela 
e ficar cinco minutos 
na mira do teu olhar..." 

   *   *   *   

Acompanhando aquele insight, posiciono-me no outro polo 
desse legítimo wi-fi, um 'wings flying', e incorporo-me na pele 
daquele amado tão bem amado. 

Percebo o mensageiro, recebo o recado e, decodificando a 
mensagem, decido imediatamente pela melhor conclusão da 
comunicação: Fecharemos o circuito! 
Siga o diagrama: 


TRANSMISSÃO ENCERRADA
tesco
(2015.01.12)

"De repente 
Na janela da sala 
Pousa um lindo passarinho! 
Qual é? 
Não sei! 
Nada entendo de passarinhos. 
Sei apenas que são 
mensageiros dos deuses. 
Na verdade, 
mensageiros da deusa! 

Quanto tempo fiquei a observá-lo? 
Tempo tempo tempo, 
existes? 
Pouco tempo, creio 
Alguns saltitos graciosos, 
Um trinado maravilhoso, 
e voou... 
Recado entregue! 

Ah, minha deusa! 
Me atormento em plagas distantes 
Mas o universo é pequeno 
Para tão grande amor! 
O trinado foi um poema teu 
Apenas entendido com o sentimento 
Dizia simplesmente: 
Te amo! 

Cativado pela mensagem recebida 
Apresso o término das negociações 
Retornarei ao teu amoroso seio. 
Que importa ganhar o mundo 
Se meu desiderato és tu? 
Retornarei 
O amanhã se tornará hoje!" 

   *   *   *   

Ah, quem nos dera que só houvesse finais felizes! 
Se nem tudo acontece como almejamos; 
se sempre aparece uma poerinha na engrenagem; 
se, âs vezes, o universo conspira contra nós; 
pelo menos a poesia nos concede visões maravilhosas! 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 46

ESPINHOS 
de ROBERT SILVERBERG 
"Um acidente genético transformara-o 
num ser de características únicas, para 
desempenhar a sua tarefa: um devorador 
de emoções acionado pela dor,
necessitando 
para viver, da sua ração
de angústia crua, 
tal como os outros
necessitam pão e carne." 

A trama parece intrincada, até que, já no
fecho, 
o esclarecimento vem da parte de
Lona: 
"Foi um idiota quem me disse a 
verdade. [...] Disse-me que Chalk é um 
devorador de emoções. Alimenta-se do medo, do sofrimento,
da inveja, do desgosto." 
Acidente genético, é? Que nada! 
"Iguais a você eu apanhei mais de cem!" (Eduardo Araújo
em "Vem quente que 
estou fervendo", 1967). 
Silverberg antecipa em mais de 30 anos (1967-2001),
os "Vampiros emocionais" de 
Bernstein.
São 160 páginas de sofrimento, 
digo, de drama. 

INSCREVA-SE ASSIM: 
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20, 
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05. 
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
(link no ítem 2 do Regulamento), em 21/01/2015. 
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL, 
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.