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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CONTRACANTO: RENASCER


Certamente é exagero dizer que este soneto renasceu, mas
que sofreu um certo rejuvenescimento é fato. Não em sua
estrutura ou em seu vocabulário, apenas no título, pois se
chamava originalmente “Arrependimento”, porém, após ser
publicado no jornalzinho “O Trombone”, que mantínhamos
no Hospital Getúlio Vargas, em Recife, várias pessoas se
referiram a ele como “Renascer”. Daí...

Basicamente, ele aborda uma das causas primárias da
reencarnação, que é a de refazer, em melhor feição, aquilo
que se fez erradamente em uma existência. A causa basilar,
evidentemente, é a evolução na aquisição de consciência e
de conhecimento. Não se pode abarcar todo a sabedoria,
nem mesmo a humana, em uma só vida.

Já o anseio de renascer, citado no soneto, não é obrigatório
nem geral. Talvez seja mais comum em pessoas que fazem
um acurado exame dos atos que cometeu durante a vida e
não fica satisfeita com o resultado obtido. Denota, todavia,
uma elevação de nível no pensamento, que não seria
possível, digamos, três milênios atrás. Isso, de modo geral,
porque a consciência individual evolui de acordo com cada
pessoa.

Mas, vejamos o que diz o soneto: 

 

RENASCER
tesco
(1977.02.16)

Quando a noite um dia te procurar
E a saudade encontrar-te o rumo
Quando as dores se erguerem a prumo

O sol então os raios te negar

Quando a tristeza os olhos te nublar

Tua visão nada mais vir que fumo
A amargura te jogar o sumo

E o cansaço te fizer parar


Verás enfim o tempo de rever
Tudo que nesta vida construíste
De bem ou mal, e todo teu viver

Irá te parecer um sonho triste
E terás anseios de renascer

A fim de refazer tudo o que viste."



* * * 


Claro que podem dizer: 

- Mas arrepender-se da vida que se levou também não é
obrigatório. Pode-se estar satisfeito com o que se fez.

Com efeito. E não só porque a autocomplacência faz parte
da natureza humana. Mas a reencarnação é Lei, não existe

outro modo de avançarmos, enquanto somos tão pequenos
perante a grandeza do universo. 


Abraço do tesco.

Um comentário:

Shirley Brunelli disse...

O ser humano que sabe "de onde vem, para onde vai", procura aproveitar bem, a estrada educativa da vida física. Através de séculos e milênios de experiências, chegará o dia em que ele vestirá a "túnica nupcial", vestimenta eterna do espírito, para o "Festim de Bodas".
Belo soneto,tesco.
Beijos!