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domingo, 31 de agosto de 2014

DA SUMÉRIA PARA ISRAEL

No livro "Suméria, a primeira grande civilização", de Amar
Hamdani (sortesco 314), em sua terceira parte "A sociedade
mesopotâmica", nos é contado que o código do rei sumério
Ur-Nammu, foi promulgado em cerca de 2100 A.C.,
"Muitos anos antes do famoso código de Hamurabi - cuja
inspiração sumerio-acadiana é, aliás, flagrante"
, e que
"comportava um prólogo seguido de um grande número de
leis, 37 das quais puderam ser reconstituídas".


No item "Um parentesco profundo com as leis modernas",
ele cita o tradutor das plaquinhas, N. S. Kramer, que diz:

"Três dessas leis "são de uma importância muito particular
para a história do desenvolvimento social e espiritual do
homem, elas mostram, com efeito, que mesmo 2000 anos A.C.,
a lei de ferro 'olho por olho, dente por dente', que prevalecia
ainda em larga medida entre os hebreus em uma época
muito mais tardia, tinha dado lugar a uma jurisprudência
mais humana em que as multas substituíam os castigos
corporais.".


Nestas leis, anda segundo Hamdani, "trata-se de uma espécie
de "tarifagem" dos delitos por meio de penas ou multas, que
compensariam o "valor" do prejuízo sofrido".

E as transcreve:

". Se um homem corta o pé a um outro homem com
    um instrumento, deverá pagar 10 siclos de prata.
2. Se um homem quebra os ossos a um outro homem
    com uma arma, deverá pagar uma mina de prata.
3. Se um homem corta o nariz a um outro homem com
    um instrumento cortante, deverá pagar dois terços
    de uma mina de prata."


   *   *   *  

Vemos então comprovada a ideia que 'Yahveh', sob outros
nomes, inspirava outros povos além do hebreu, e que, se
assim não fosse, haveria um grande contrassenso por parte
do "criador de todos os povos", elegendo um dentre eles,
para ser o "seu povo".

Eu não precisaria estar lembrando isso, já que é uma coisa
óbvia e que todo mundo devia perceber, não é?
Porém, em 06 de agosto, a BBC Brasil publicou o artigo:
"EVANGÉLICOS DEFENDEM ISRAEL E CRITICAM DILMA",
que inicia assim:
"A condenação do governo Dilma Rousseff à ação militar
israelense em Gaza gerou forte reação contrária de líderes
evangélicos brasileiros".


Entendam a situação, discordar de um ato do Governo é
um direito inalienável de qualquer cidadão, ou grupo de
cidadãos, mas quando misturam política, religião e
IGNORÂNCIA, alguma coisa sai errada!

Sim, pois leiam o que declarou a pastora Jane Silva, uma
das principais líderes do movimento:

“Ficamos ofendidos e magoados com a postura do governo
brasileiro, que para nós não condiz com a posição da
população cristã brasileira em relação ao conflito”, diz a
pastora. Não há dados, no entanto, que confirmem a
avaliação da pastora."


Vejam que o próprio autor da reportagem, João Fellet, nos
adianta que "Não há dados que confirmem a avaliação da
pastora"
. Estou excluindo a hipótese de má-fé, portanto, nos
resta a da ignorância.

E notem a mentalidade infantil na continação do discurso da
pastora, seria até engraçado, se não fosse mórbido:
“Quando o governo fala mal de Israel, fala mal de nosso
Jesus.".

Jesus! Invocar o Mestre da Suavidade para avalizar massacre
e genocídio!
E desde quando Jesus se tornou representante de Israel?
Ele não falava em nome do Pai?

Essa confusão entre signos e significados, entre símbolos e
simbolizados, entre fatos e nomes, continua na sequência:
“Israel é palco da história bíblica e está muito claro para
nós que o Hamas é um grupo terrorista que quer destruí-lo”.


Vejam que incoerência! O Hamas, no máximo, deve ter a
intenção de destruir o povo judeu, não "o palco da história
 bíblica", pois é lá onde pretende viver. O "destruir Israel",
que a pastora ouve, na verdade, não é destruir o terreno, mas
o Estado que, segundo os palestinos, miserabiliza sua vida.

Eu continuo na tese da ignorância. Claro que é esta que gera
o fanatismo, o que não está longe da fala do pastor Silas
Malafaia, que para alguns, tem o nome adequado: Além de
'mala', ele 'faia'.

Pois bem, o citado pastor encontrou uma passagem bíblica
que considerou aplicável ao caso, dizendo:
“a nação que amaldiçoa Israel também é amaldiçoada”.
Perfeito, não?

Vejam que estas pessoas estão retrocedendo 2000 anos na
História para, dizendo-se cristãos, defender os sacerdotes
que induziram a crucificar o Cristo!

Enquanto que, 2000 anos antes do Cristo, os sumérios já faziam
uma legislação cristã. Justamente de onde partiu 'Pai Abraão"
para iniciar a descendência que, 4000 anos depois, ainda usa
a 'lei do talião'.

Ah, Abraão, volta pra Suméria!

Abraço do tesco.  


SORTESCO 315

OS MELHORES CONTOS
DE DOSTOIÉVSKI
ANTOLOGIA

Este autor não precisa do meu aval. Sorte
dele! Se fosse por mim, mais um 'grande'
escritor não teria público nenhum: Não
gosto de seus personagens, a maioria
psicóticos, desembulhando seus segredos
para nós. Deve ter seus encantos, pois é
mundialmente aclamado. Prefiro distância.
Esta antologia contém:
1. Memórias do subsolo;
2. A propósito da neve fundida;
3. A árvore de Natal na casa de Cristo;
4. O sonho de um homem ridículo;
5. Noites brancas;
6. O mujique Marei;
7. Bobok;
8. Krótkaia.
Três notinhas:
Esse último conto está publicado aqui com seu título original,
mas, na maioria das traduções, é "Uma criatura dócil".
O nome de Dostoiévski é, frequentemente, grafado 'Fédor' por
desconhecedores do alfabeto russo: A letra correspondente
parece um E, mas tem sempre o som de 'ió' (O mesmo caso
de Gorbatchióv).
Este volume apresenta manchas na parte inferior das folhas
iniciais e finais, mas que em nada prejudicam a leitura.
Tem 270 páginas e capa dura. 


 INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05.
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00.
Basta indicar esta sua escolha nos comentários.
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 06/09/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.

sábado, 30 de agosto de 2014

SORTESCO 314 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 76,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de:
CYNTHIA!
Parabéns!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

CONTRACANTO: QUASE TRIÂNGULO

Ainda me restam vários poemas mais antigos, porém resolvi
inverter a ordem de publicação e apresentar estes, ainda
fresquinhos, porque foram concebidos gêmeos, inspirados
por um mesmo poema da Shirley .

Em "Lucidez" Shirley evoca um amor antigo, de alguém que
está ausente. Não se sabe, não se sente e não se vê onde
anda este amado, como anda, e mesmo, se anda. Acho que
nem Shirley o sabe. Mas ela já desiste de "burilar a dor" que
esta ausência lhe causa, e já antevê um futuro mais risonho.
Vejam os efeitos: 


"LUCIDEZ
Shirley

Essa dúvida insistente
esse cheiro de estrelas
nessa noite de lua cheia...
A saudade vinda
das fronteiras limitadas
do bom-senso
me espia
me provoca
se instala
no fundo dos meus olhos
porém
não quero burilar
a dor de tua ausência...
Lua grande
lua cheia de mistérios
acaba logo com esse dilema
me traz de presente outro amor
totalmente embrulhado num poema..."

   *   *   *  

Ouve-se então a voz do 'artista' citado. É uma voz clara, suave,
apaixonada, mas...

"PASSADO CALMO
tesco

Grande amor de minha vida
Não relembres o passado
Quisera estar ao teu lado
E continuar a lida

Nossa vida colorida
O nosso sonho dourado
Plano bem estruturado
Desfrutar toda medida

Dos frutos do teu pomar
Das flores do teu jardim
Da paisagem do teu horto.

Nunca deixei de te amar
Morreria por ti, sim
Se não estivesse morto!"


    *
  *   *  

Pois é, não tive escrúpulos, matei o rival!
Que ousadia! Distante, e ainda compondo sonetos pra minha
amada? Matei-o sem dó nem piedade.
O verso final é de minha inteira autoria!

Para essa decisão contribuiu fortemente a intenção da amada
de acabar " logo com esse dilema". Ela, decididamente, não
é uma Penélope, aguardando pacientemente que Ulisses
conclua suas aventuras. "Já teve tempo demais, se quisesse
voltar!", diz ela, batendo o pé.

Lembrou-me também a personalidade forte de Evelina, no
conto da Clara Lúcia, "O Namorado de Dona Evelina.

Na verdade, temos que ter coragem para encerrar de vez, as
coisas já terminadas. O futuro pede passagem!

Assim, se apresenta um novo amante, com sentimento vigiroso
e ações imediatas: "O futuro é agora, se demorar mais um
pouco, já é passado!", parece bradar o jovem.
Ouçam (vejam e leiam, claro) o que ele declara:

"PRESENTE AGRESSIVO
tesco 


Grande amor da vida minha
O passado já morreu
Quem surge agora sou eu
Pra acabar co'a ladainha
De chorar pelo transato

Não quero ser insensato
Quero te fazer rainha
De nossa terra de sonho
Onde um prazer medonho
Desfaz tudo que, tristonho
Se antepõe ao mais feliz

Vem agora, ó querida
Não há razão pra dilema
Vamos refazer a vida
Vamos criar o poema
De nossa força motriz."

 
     *  
   *   *  

Sei não! Como eu não tenho que decidir nada, está tudo nos
"conformes". Afinal, tem preferência pra tudo, uns gostam do
verde, outros do amarelo. E assim vamos indo.

Abraço do tesco.

SORTESFCO 36

VAZIO INFINITO
de PHILIP K. DICK

História sobre um homem que tem todos
os registros com seu nome, apagados, e
depois é acusado de homicídio. Imagine
a coisa: Duplamente ilegal, não tendo 
documentos e sendo procurado pela 

justiça. Trama complexa, típica do autor 
(o mesmo do livro que gerou "Blade 
Runner"). É ficção científica porque mostra alguns aspectos futuros, mas é texto de 1974, e a 
história se passa em 1988, se usa telefones comuns 
(hoje antigos) e ouve-se discos no fonógrafo. 
O título original é "Flow my tears, said the policeman", 
que já foi publicado em português como "Fluam minhas 
lágrimas, disse o policial", e "Identidade perdida", além 
do título desta edição. "Flow my tears" é o início da letra 
feita por John Dowland, compositor e instrumentista, 
em 1600, para sua composição para alaúde "Lachrimae 
Pavan". Muita confusão em apenas 190 páginas.

INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05.
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00.
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O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 03/09/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

SORTESFCO 35

A dezena sorteada hoje foi 43,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de:
HISCLA!
Parabéns

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

NOITES NÃO MUITO BRANCAS

Dema amava Tássia.
Amava e ama, nada indica que esse amor findou.
Visitava-a sempre, mais de duas vezes na semana, e sempre
lembrava-se de lhe levar algum mimo: Flores, bombons, livros,
CD's, bijuterias... Um namorado verdadeiramente dedicado.
Só havia um problema: Não era o namorado!

Isso mesmo, não era. Porque, por mais que se esforçasse em
tentar convencer Tássia a favorecê-lo, ela não o fazia, pois já
havia outro horizonte para o aeroplano de Tássia. Ela estava,
segundo dizia, 'perdidamente apaixonada' por Fúlvio.

Ela o conhecera na Universidade, justamente numa das vezes
em que ia até a sala do Dema, que era seu vizinho de bairro,
e que já fora seu colega no mesmo cursinho pre-vestibular.
Amor à primeira vista! Pelo menos no lado 'Tassiano". Fúlvio
foi envolvido pelo charme jogado pela Tássia e acabou
'aceitando' o namoro, devido à intimidade com que Tássia o
tratava.

Fúlvio não era um namorado ardente, nem muito frequente,
aparecia ou nos ´sabados ou nos domingos, alegando sempre
estar 'fraco' em determinada matéria, e ter que estuda-la,
tendo em vista a próxima prova. Algumas vezes, Dema se
dirigia à casa do Fúlvio para estudar também, e Tássia o fazia
de "corta-jaca", um mensageiro levando lembretes melosos:
"Dê uma passadinha aqui, no sábado. Fiz um docinho
delicioso!".

Esse papel era aceito por Dema, com resignação e alegria.
Alegria porque sempre tinha um pretexto para ir até a casa
de 'Tassinha', como ela chamava: A semelhança fônica com
'tacinha' lhe agradava, pois ele a via tão frágil quanto uma
taça de cristal.

A resignação era fruto de um sentimento de provisoriedade
que Dema sustentava em relação àquele namoro: Apesar do
entusiasmo de Tássia, ele não acreditava que aquilo tivesse
futuro. Personalidades muito diferentes. Tássia era alegre,
expansiva, irrequieta, curiosa; Fúlvio retraído, tímido, calado.
Embora sempre elegante e com porte de lorde, ou talvez por
isso mesmo, Dema o classificava como 'meninão da mamãe'.

Não! Mais cedo ou mais tarde aquilo se acabava. E Dema
estaria por perto para aproveitar o "bota-fora"!

Chega o final do semestre, ambos aprovados, Fúlvio sempre
com notas um pouco melhores que Dema - ele era mesmo
dedicado ao estudo - e, uma tarde, em casa de Fúlvio, Dema
lembra de lhe falar:

- E aí, cara, agora você pode ser mais assíduo com a Tassinha.
Ela está sempre cobrando.

Com um olhar pesaroso e voz morosa, Fúlvio respondeu com
uma pergunta:

- Você a ama, não é?
(Ele nunca falava "né". Será que achava que isso é coisa da
plebe?)

Surpreendido, Dema tornou-se sério sem o notar, e assumiu:

- Sim! Ela é mais que uma irmã pra mim.

E acrescentou, depois de alguns segundos de hesitação:

- É por isso que você não é tão dedicado a ela?
Me vê como um rival?

Mais retraído de que o costume, Fúlvio respirou fundo, como 

se arregimentasse forças, e disse:

- Não! Você não é um rival, ela é a rival. Eu amo você!

Abraço do tesco.

SORTESCO 314

SUMÉRIA, A PRIMEIRA 
 GRANDE CIVILIZAÇÃO
de AMAR HAMDANI

O estudo da história da Mesopotâmia,
particularmente, da Suméria, está, 

sem alternativa, ligado ao estudo 
arqueológico. Isso o torna duplamente 
fascinante, a meu ver, pois cada um já 
revela novidades bem interessantes. 
A Suméria, então, é um celeiro de 
descobertas. O livro apresenta os seguintes capítulos:
1. A Suméria renasce das areias;
2. Suméria, um milênio e meio de História;
3. A sociedadade mesopotâmica: Evolução e problemas;
4. Da escrita à literatura;
5. As artes sumérias e acadianas;
6. A religião suméria.
São 330 páginas em boa encadernação.

INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05.
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00.
Basta indicar esta sua escolha nos comentários.
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 30/08/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.

SORTESCO 313 - RESULTADO

Neste sortesco,
sem concorrentes,
o vencedor é:
CHICO!
Parabéns!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

CONTRACANTO: NOVA LUA

Enquanto a Lua ainda está quente de nova, observemos os
poemas postados no blog da Shirley, nestes dias.

Shirley postou um poema em que ela (o eu da poesia) fica
deslumbrada com o esplendor da Lua, que surge com todo
o seu poderio, alterando a mente das pessoas com aquela
luz polarizada, a mesma que enleva os enamorados.

Evidentemente, é uma Lua Cheia, e a Lua Nova do título é
apenas para significar a lua nascente, o evento novo, e
não a fase da lua.

Porém, com toda essa magnificência, a poeta esta triste, e
fica até mais desorientada, porque o seu amado não está por
perto. Que desalento, não? Uma coisa tão bela para apreciar
junto a um ente querido, e este não está presente!
Veja a descrição dessa tragédia:

"LUA NOVA
Shirley

Perdi o jeito
esqueci a manha
de lidar com a lua.
Seu brilho fulgurante
ofusca-me as idéias
desconfigura os átomos
e eu
janela  aberta
aqui tão só
feito barata tonta
imersa num vácuo.
Sem ti
me descontrolo
me perco de mim
no perfume embriagante
da solidão do meu jardim..."


   *   *   *  

Pungente! E o ser amado, onde andará?
Por onde anda eu não sei, mas parece que nesse momento,
também está vendo o nascimento do astro, relembra as
expressões e atitudes da sua querida, e também se vê um
bocado desnorteado. E é assim que vejo a cena:

"NOVA LUA
tesco

De um jeito estonteante
a Lua surge tão bela
que a mente se desmantela,
não é privilégio teu.

Quando perdes esse jeito,
esse jeitinho sandeu,
de falar co'a mana Lua
Lobisomens vao pra rua
uivar todo seu direito.

Totalmente alienado,
de um modo abestalhado,
tiro um livro da estante
pra ver o que é, ou era,
que acalmava essa fera
que habita este peito meu.

Não tem Lua e nem tem livro!
O que me causa desgosto
é não ver teu lindo rosto
na tua janela aberta.

Esta é a coisa mais certa,
tenho que ver se me livro
do perfume de jasmim
que me persegue onde vivo:
Vem de ti, não do jardim!"


   *   *   *  

Aí se vê que o problema real do nosso jovem não é a Lua,
e sim a saudade!
Que essa distância ingrata seja logo eliminada.

Abraço do tesco. 


SORTESFCO 35


 






 


OS JOGADORES DE ZAN (2 volumes)
de M. A. FOSTER

"Os Ler foram criados geneticamente, com o objetivo de
obter uma raça de super homens. Mas a experiência não
foi completamente bem sucedida. Os Ler foram então
confinados numa reserva especial, o último dos espaços
selvagens, onde vivem sob constante vigilância. A situação
é precária e o futuro é incerto. Até que se chega ao ponto
de ruptura"!  Zan é um jogo formal que repercute na ordem
social, o único jogo estruturado em uma cultura que só
possui jogos infantis. Uma trama complexa num total de
400 páginas. Mas não se preocupe: Isso ocorre apenas no
século 26!


INSCREVA-SE ASSIM:

Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05.
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00.
Basta indicar esta sua escolha nos comentários.
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 27/08/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

SORTESFCO 34 - RESULTADO

Neste sortesFCo,
sem concorrentes,
a vencedora é:
CLARA LUCIA!
Parabéns!

domingo, 17 de agosto de 2014

MICRO CONTOS

Não sei quando foi postado esse artigo, mas é informação
muito boa, pois é coisa que nos passa desapercebida. 


Foi postado por Carlos Willian Leite na Revista Bula, e trata
de contos resumidos numa frase ou, frases que contam uma
história. O texto se explica, vejam: 


30 CONTOS DE ATÉ 100 CARACTERES

Embora não seja reconhecido como um gênero literário —
sendo associado às tendências de vanguarda e ao
minimalismo — os “microcontos” ganharam um grande
número de adeptos nas duas últimas décadas. A partir do
início dos anos 1990, estudos e antologias começaram a
abordar o tema de forma enfática, resultando em centenas
de publicações em todo o mundo.

Ainda que pareça, as micronarrativas de ficção não são algo
recente. Grandes nomes da literatura mundial como Tolstói,
Jorge Luis Borges, Bioy Casares, Julio Cortázar e Ernest
Hemingway já incursionaram pelo tema.

O escritor guatemalteco Augusto Monterroso, que morreu em
2003, é tido como um dos fundadores do “gênero” com o
conto “O Dinossauro”, escrito com apenas trinta e sete letras
e considerado o menor da literatura mundial, na época:
“Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.”

O norte-americano Ernest Hemingway também é o autor de
outro famoso microconto, com apenas vinte e seis letras:
“Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados.”

No Brasil, o pioneiro foi o escritor Dalton Trevisan, com o
livro “Ah, é?”, de 1994. Mesmo não havendo nenhuma regra
clara, uma das definições para o microconto seria o limite
de 150 caracteres, incluindo espaços.

Reuni 30 microntos de autores brasileiros e estrangeiros,
extraídos dos livros “Not Quite What I Was Planning”,
“It All Changed in an Instant” e “Os Cem Menores Contos
Brasileiros do Século”, além do jornal “Observer”, e do
Suplemento literário “Babelia”, do jornal “El País”.

“Sem crédito no vale-teletransporte,
esperou pela recarga em planeta inóspito.”
(Alexandre Rosas)

“Olha, Pai, eu tentei,
mas acho que não deu muito certo não…”
(Antônio Prata)

“Um homem, em Monte Carlo, vai ao cassino,
ganha um milhão, volta para casa, se suicida.”
(Anton Tchekhov)

“Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.”
(Augusto Monterroso)

“70 anos, algumas lágrimas, orelhas peludas.”
(Bill Querengesser)

“O suicida era tão meticuloso que teve que refazer
diversas vezes o nó da corda para se enforcar.”
(Carlos Seabra)

“Uma vida inteira pela frente. O tiro veio por trás.”
(Cíntia Moscovich)

“Quase uma vítima da minha família.”
(Chuck Sangster)

“A velha insônia tossiu três da manhã.”
(Dalton Trevisan)

“Conheceu a esposa em sua festa de despedida.”
(Eddie Matz)

“Vestiu os artefatos, beijou o filho com ternura
e saiu pro último trabalho sobre a Terra.”
(Edival Lourenço)

“Vende-se: sapatinhos de bebê nunca usados.”
(Ernest Hemingway)

“Uma gaiola saiu à procura de um pássaro.”
(Franz Kafka)

“2 de agosto: a Alemanha declarou guerra à Rússia.
Natação à tarde.”
(Franz Kafka)

“Nascido no deserto, ainda com sede.”
(Georgene Nunn)

“Então você acredita em mim de qualquer maneira?”
(James Frey)

“O homem estava invisível, mas ninguém percebeu.”
(José María Merino)

“A mulher que amei se transformou em fantasma.
Eu sou o lugar das aparições.”
(Juan José Arreola)

“Eu escolhi paixão. Agora sou pobre.”
(Kathleen E. Whitlock)

“Fui me confessar ao mar. O que ele disse? Nada.”
(Lygia Fagundes Telles)

“Se Eu não acreditar em Mim, quem vai acreditar?”
(Marcelino Freire)

“Morreu”
(Marcelo Rota)

“Escrever sobre sexo, aprender sobre o amor.”
(Martha Garvey)

“Sem futuro, sem passado. Nada perdeu.”
(Matt Brensilver)

“Pegou o chapéu, embrulhou o sol,
então nunca mais amanheceu.”
(Menalton Braff)

“Ouvi um barulho no portão, fui ver era a Lua nova.”
(Nei Duclós)

“Assistindo calmamente de cada moldura da porta.”
(Nicole Resseguie)

“Alzheimer: conhecer novas pessoas todos os dias.”
(Phil Skversky)

“Eu perguntei. Eles responderam. Eu escrevi.”
(Sebastian Junger)

“Eu ainda faço café para dois.”
(Zak Nelson)


   *   *   *  

Interessante, não? Algo para se pensar.
Dessas criações, ponho 'sub judice' o conto do Marcelo Rota,
pois essa não é UMA história, mas a história de todos nós:
Se nasceu, é certo que vai morrer. Até as sequoias morrem!

Mas parece ser um bom exercício para quem acha que não
é capaz de escrever um conto. Você escreve, escreve, e mais
aindas, escreve. Depois observa o que saiu.
Pode ser que entre os escritos esteja um conto!

Abraço do tesco.

SORTESCO 313

DA REPÚBLICA
de CÍCERO
Esse é um texto de teor político e/ou 
sociológico. "Pra que se ler uma coisa
dessas?" Como eu já afirmei, ler sem ter
a obrigação é um prazer, não se tem que
ter aquele cuidado com o que "pode cair
na prova". Além do mais, é divertido ler
sobre alguns episódios de história antiga.
E, acima de tudo, este livro tem apenas
96 páginas, mas se contarmos só o texto,
resultam apenas umas 50 páginas. Não é
grande sacrifício de modo algum.

INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05.
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00.
Basta indicar esta sua escolha nos comentários.
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 23/08/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 


sábado, 16 de agosto de 2014

SORTESCO 312 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 96,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de:
YVONNE!
Parabéns

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

CONTRACANTO: CAUSA MORTIS

Ainda em 1977, e para o jornalzinho do Serviço de Pessoal, 
no Hospital Getúlio Vargas, em Recife, compus esse soneto 
que apresenta um ritmo muito bom, pelo menos nos dois 
quartetos. É tão ritmado que um colega se entusiasmou e 
pretendia musicá-lo, mas o projeto não foi à frente. 

Neste soneto, o 'eu poético' faz uma série de considerações 
'sombra/luz' e inversões 'causa/efeito' que culminam numa 
etiologia patológica, e o objeto de sua paixão se esvai e 
fenece. Não sei o que ele fez de tão grave que exterminou a 
sua amada. Não me perguntem, sou inocente. "Não vi nada, 
não sei de nada, e se disserem que eu sei, eu nego!", como 
dizia o personagem de Jô Soares. É também o meu caso. 

Vejam como é: 

"CAUSA MORTIS  

Qual um astro em noite escura  
Qual uma sombra em pleno dia  
Sou teu rastro e sou teu guia 
Quem te encontra e te procura  

Quem te afaga e te tortura 
Quem te ensina e te copia  
Sou também quem te avalia  
Quem te adoece e te cura  

Por te despir de teu pejo 
Por apagar teu sofrer  
Por acender teu desejo 

Por demorar no teu beijo  
Sou eu quem te faz morrer 
Sou eu que morrer te vejo!"  

   *   *   *   

As ações descritas não me parecem nada letais, continuo na 
ignorância depois desses 37 anos. Pode-se observar, contudo, 
que estávamos sob ditadura, e a tortura (citada no texto) era 
moda, embora "50 tons de cinza" ainda não houvesse sido 
publicado. 

De qualquer modo, o soneto me agrada, apesar de ser uma 
'causa mortis' tem um elã vital que atrai. E a poesia somente 
transmite vida, não mata na vida real, somente no papel. 
Ao contrário de Israel, infelizmente! 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 34

O OUTRO DIÁRIO DE PHILEAS FOGG
de PHILIP JOSÉ FARMER
Ao ler "A volta ao mundo em 80 dias", de
Jules Verne, Farmer notou que "detalhes
misteriosos" e "dicas enigmáticas" podiam
levar a "descobrir" um diário secreto de
Phileas Fogg, protagonista daquela trama.
Assim, ele reconstitui a história ocultada
por Verne, neste livro de  190 páginas.
E ficção científica, com extra terrestres
enxertados em seu interior, a aventura
original, contudo, ainda está presente,
tornando o livro interessante, tanto pra quem a leu como 
pra 
quem ainda mostra uma lacuna em seu currículo de leituras.

INSCREVA-SE ASSIM:
Escolha apenas UM grupo, de 1 a 20,
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Basta indicar esta sua escolha nos comentários.
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal
(link no ítem 2 do Regulamento), em 20/08/2014.
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL,
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio. 


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

SORTESFCO 33 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 29,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de:
CLARA LUCIA!
Parabéns

domingo, 10 de agosto de 2014

ANALISANDO LETRAS-14

FASCINATION

Ao ler o título da música, pode-se pensar em 'fascinêixan',
devido à grande difusão da gravação de Nat King Cole. Mas 
não é sobre a versão que venho falar, é sobre 'fascinación' 
mesmo. Sim, a letra original foi composta em francês, por 
Maurice de Féraudy (1859-1932) em 1905, sobre a melodia 
que o italiano Fermo Dante Marchetti (1876-1940) compôs 
em 1904. É uma "valsa-cigana", como chamavam na época. 

Vendo a letra francesa notei que ela não é integralmente 
cantada, nem por Edith Piaf, nem por Jacqueline François,
(que a canta bem mais suavemente que Piaf), sendo cantadas 
as terceira e quarta estrofes (no You Tube, não sei como são 
as gravações originais), por Leo Marjanee por Fiorelle

Fato curioso é que a palavra 'fascination' não aparece no 
interior da letra, mas, tão somente no título. O mesmo, aliás, 
que ocorre com a letra espanhola de Maria Elena. Em terras 
brasileiras não se resistiu, e foi inserido o título no texto de 
ambas as versões. 

Meu interesse por essa letra em francês foi despertado pela 
popularização das versões. Pensei "Será que as versões, no 
mínimo, respeitaram a intenção da letra original?". 
E qual é a mensagem original então? 

Resumindo, o original diz que uma mulher (Feraudy compôs 
a letra para ser cantada por Paulette Darly) encontra um 
jovem e se apaixona de imediato (fascinação, não é?), mas 
ela assegura que é um "ardente amor". 

A versão inglesa fala algo parecido "Era fascinação, eu sei, 
deveria acabar logo depois do início, mas com o tempo, virou 
amor". 

A versão brasileira, ao contrário,  não fala de um caso em 
início nem em andamento, mas de um relacionamento 
destruído, um estágio pós-desilusão: 
"mentiras de tua fascinação". 

Veja a letra original logo a seguir, liguei o título ao link de 
Fiorelle, que é uma gravação de cerca de 1943, porque ela 
canta as terceira e quarta estrofes. Não é comum de se ouvir. 

FASCINATION
Marchetti (melodia) e Féraudy 

"Je t'ai rencontrée simplement, 
Et tu n'as rien fait pour chercher à me plaire, 
Je t'aime pourtant 
D'un amour ardent, 
Dont rien, je le sens, 
ne pourra me défaire. 

Tu seras toujours mon amant 
Et je crois à toi comme au bonheur suprême. 
Je te fuis parfois, 
mais je reviens quand même. 
C'est plus fort que moi: 
Je t'aime! 

Lorsque je souffre il me faut tes yeux 
profonds et joyeux 
Afin que j'y meure 
Et j'ai besoin pour revivre, amour, 
De t'avoir un jour, 
Moins qu'un jour, une heure! 

De me bercer un peu dans tes bras 
Quand mon coeur est las, 
Quand parfois je pleure. 
Ah! crois-le bien, mon chéri, mon aimé, mon roi, 
Vivrons toujours sans soucis, sans peines. 

Je t'ai rencontrée simplement... 

C'est toi l'ami quand est mort l'espoir, 
Dont on rêve un soir, 
Et que l'âme implore 
L'ami fidèle, et jamais constante, 
Et la seule pourtant qu'une femme adore! 

Sous tes baisers les chagrins passés 
Sont vite effacés 
Et l'on s'aime encore! 
Ah! crois-le bien, mon chéri, mon aimé, mon roi, 
Je n'ai de bonheur qu'avec toi. 

Reviens moi 
Reprends moi." 

   *   *   *   

A tradução não é coisa da qual se possa dizer "Nossa, que 
tradução!", porque o que encontrei 'por aí' parece que foi 
obtida com um tradutor mecânico de 1800! Não dizia coisa 
com coisa. E eu sei apenas rudimentos da língua francesa. 
Portanto, fiz umas recauchutagens de acordo com meu parco 
entendimento. Vejam o que sobrou: 

FASCINAÇÃO 
(tradução) 

"Simplesmente eu te encontrei, 
E não fizeste nada pra me seduzir, 
Mesmo assim te amo 
De um amor ardente,
Que nada, eu sinto, poderá desfazer. 

Sempre tu serás meu amante, 
E eu vejo a ti como a felicidade. 
Às vezes, fugirei,  mas sempre voltarei. 
É mais forte que eu: eu te amo!

Quando sofro, preciso de teus olhos 
profundos e alegres 
E assim que eu morrer 
Preciso para reviver, amor, 
Ter-te por um dia 
Menos que um dia, uma hora! 

Vou embalar-me um pouco em teus braços 
Quando meu coração estiver cansado, 
Quando, às vezes, eu chorar. 
Ah! crê em mim, meu querido, meu amado, meu rei, 
Sempre viveremos sem preocupções, sem penalidades. 

Eu acabei de te conhecer... 

Você é o amigo quando a esperança está morta, 
Sonhamos uma noite, 
E a alma anseia 
O amigo fiel e sempre constante, 
É o único desejo de uma mulher! 

Com os teus beijos as dores passadas 
São rapidamente esquecidas 
E nós ainda nos amamos! 
Ah! crê em mim, meu querido, meu amado, meu rei, 
Não terei felicidade sem ti. 

volte para mim 
Revivamos o passado". 

   *   *   *   
Nesta tradução vemos a primeira estrofe ser retomada na 
quinta estrofe, o verso inicial, porém, é completamente 
diferente. Isto é porque o 'simplesmente' inicial significa que 
não houve nada de extraordinário, e o 'encontrei' quer dizer 
mesmo 'conheci', pois não é um reencontro. Então deixei que 
ficasse ali o "acabei de te conhecer". 

Já o último verso "Revivamos o passado", não é tradução de 
"Reprends moi", que está mais para o "Reviens moi ", mas eu 
entendi que a intenção global seria esta, de continuar a coisa.  

   *   *   *   

Agora, a versão brasileira, composta em 1943 por Armando 
Louzada e gravada, por Carlos Galhardo,  no mesmo ano, 
também tem estrofes desprezadas pela grande maioria dos 
intérpretes que a regravaram. por isso transcrevo-a aqui, com 
link no título para a gravação original carregada no You Tube. 

FASCINAÇÃO
Marchetti - Armando Louzada

"Os sonhos mais lindos sonhei 
De quimeras mil um castelo ergui 
E no teu olhar 
Tonto de emoção 
Com sofreguidão 
Mil venturas previ. 

O teu corpo é luz, sedução 
Poema divino cheio de esplendor 
Teu sorriso prende, inebria, entontece 
És fascinação, amor! 

A sorrir, a cantar e a beijar
nossas bocas se uniam então
e os campos sorrindo viviam
e nos vendo as flores se abriam.

Mas um destino mau certo dia chegou
e sem o teu, o meu coração secou.

Hoje sombra sou do que fui 
Minhas ilusões o destino levou 
Nada mais existe, 
Desde que partiste 
Em meu coração 
Só saudade ficou. 

Vivo com o passado a sonhar 
Vendo-te ainda em meu coração 
Mas tudo promessa, 
Quimeras, mentiras 
De tua fascinação.” 

    *   *   *    

Como vemos, é uma belíssima construção do Louzada, tendo, 
inclusive, o verso que me inspirou o soneto "Castelo": 
"De quimeras mil um castelo ergui". 
Com a diferença que o 'meu' castelo nem chegou a ser 
completado. 

Está aí uma bela valsa, com melodia e letra mais que 
centenárias, e que continua espalhando sua beleza sem 
perder o viço. 
Mas, pelo amor de Deus: NÃO É MÚSICA NORTEAMERICANA! 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 312

NOTÍCIAS DO ALÉM
psicografado por CHICO XAVIER 
e EURÍCLEDES FORMIGA
Mensagens edificantes ditadas por 
espíritos diversos, todavia versificadas. 
Seja como trovas, sonetos, ou outras 
formas, facilitam a memorização. O que 
nos cabe, depois de colocá-las na mente, 
é por os ensinamentos em prática, o que 
é, sem dúvida, o mais trabalhoso. Porém, 
nada, de duradouro, se consegue sem 
esforço! Apenas 110 páginas, mas muita 
Sabedoria. 

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com 5 dezenas já determinadas.
Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05. 
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
(link no ítem 2 do Regulamento), em 16/08/2014. 
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sábado, 9 de agosto de 2014

SORTESCO 311 - RESULTADO

A dezena sorteada hoje foi 56,
(item 2 do Regulamento),
e a opção vencedora é de:
HISCLA!
Parabéns

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CONTRACANTO: "VOYEUR"

Esse poema da Shirley, postado agora no dia 02 de agosto, 
suscitou-me uma imagem bastante curiosa, em que o 'eu' do 
poema-comentário é seu vizinho. Um vizinho, infelizmente, 
bem tímido. 

A postagem conta com a fotografia de uma convidativa 
cadeira de vime em um recanto de uma área arborizada, 
sobre a qual repousa um roupão de banho. Essa imagem leva 
a poeta a contar, em versos sugestivos, a seguinte história: 


"DEPOIS DO BANHO 
Shirley

Saio do banho
e a cadeira de vime
espera-me ao relento
na grama orvalhada.
Aproximo-me dela
e o roupão branco desliza lentamente
nas linhas curvas de minhas inquietações.
O sol aquece-me os desejos
e seca-me a pele úmida
atiçando a sensualidade da manhã.
O vento melodioso
sussurra veladas palavras
nos meus cabelos molhados
e enciumado rastreia
as atitudes ousadas do astro rei.
Rodopiando sem pudor
sem amarras
levanto os braços
recebo a luz do leste
agradecendo ao Criador
o azul do céu
e a paz que vagueia no horizonte.
Depois
inspiro profundamente
sinto-me leve
inteira
 para você..." 

   *   *   *   

O comentarista não resiste a um pequeno voyeurismo nessa 
ocasião (um voyeurismozinho, de vez em quando, não faz 
mal a ninguém!), aproveitando a criação, por causas naturais, 
de condições apropriadas. Vejam só o que houve:  

"ANJO MOLHADO
tesco

Já ontem pela manhã 
Sentado lá no terraço 
Vi em meu muro um pedaço 
Cujo reboco caíra. 

Aproximei-me no passo 
Leve, de quem não tem culpa 
Notei, pra minha desculpa 
A obra de um temporal. 

O estrago não foi geral 
Mas o outro lado do muro 
Recebeu sua parcela 
De impacto da mazela 

Sinto um choque e me deslumbro 
Sai-me aos pulos, coração! 
Na fenda aberta vislumbro: 
Um anjo despe o roupão! 

A ninfa se rodopia 
Qual pião ou carrapeta 
Bendita essa mureta 
Que me permite a espia 

Meus nervos se arrepiam 
Quando ela levanta os braços 
Fiz da camisa um chumaço 
Pra não gritar de emoção! 

É uma boneca de neve 
Com os cabelos molhados 
Deixa minha mente leve 
E o corpo todo suado 

Maldita a timidez 
Não me declarei ao fim 
E ela esperando, talvez... 
Por um ogro... Ou por mim!" 

   *   *   *   

- Mas, tesco, que negócio é esse de "nervos se arrepiam"? 
Isso existe? 

É que na hora (da construção do poema) esqueci que são os 
pelos que, normalmente, se arrepiam. Pode pensar nisso 
como "licença poética". 

- Sei não, me parece mais uma "licença safadética", como 
diria Odorico Paraguaçu! 

Bem, não está inteiramente fora do caso, mas a intenção 
não foi essa. O que ocorre é que Shirley deu a sugestão de 
consertar esse muro. Rá¹ A fenda vai ficar lá por séculos. 
Quando muito, o que posso fazer é dourar e emoldurar essa 
preciosa brecha. Rerrerré! 

Abraço do tesco.