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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

DE ONDE VEM?

"De onde é que vem o baião?
Vem debaixo Do barro do chão". 
(Gilberto Gil) 

De onde surgiram o baião, xote ou xaxado não interessam 
no momento, o que visamos é a origem do impulso poético. 
Por que surge este impulso? Qual a motivação pra tentar 
exprimir em palavras algo que nos toca a alma? 

Muitas fontes são possíveis, por certo, mas, a principal 
origem nos parece ser a própria poesia. A contemplação 
da beleza, seja em que forma se apresentar, causa uma 
comoção em nós, que nos incentiva a reagir de um modo 
semelhante. E a poesia é expressão de beleza. 

É comum, portanto, que belos poemas infundam em seus 
leitores a vontade de participar daquela emoção, apenas 
visualizada e, se possível, "fazer poesia" também. 

E foi o que me ocorreu, no último dia 27, ao visitar o blog 
da Shirley, ASFALTO DAS HORAS, onde ela publica os 
belos poemas que produz. Ali me deparei com "Jornada", 
um poema singelo, porém profundo, que, possivelmente 
com implicações metafísicas, permite interpretações várias. 

Creio que Shirley não vai se zangar por reproduzi-lo aqui 
(querendo ver 'in loco', clique no título), então, ei-lo: 

JORNADA 

Nada levo comigo 
nem a força dos mistérios ocultos 
nem o sopro do vento profano 
nem o sêmen do silêncio. 
Consciente 
sigo pelos caminhos 
sob a aspereza do carma... 
Há que se ter zelo 
astúcia 
cuidado 
ao enfrentar o destino 
sem medo e sem arma... 
Nada levo comigo. 
Nada. 

Shirley Brunelli Crestana 

De imediato vi-me na obrigação de comentar o post, e me 
vi, também, compelido a escrever algo condizente com o 
que lia. Minha interpretação do escrito foi mais material, 
mais sensual, talvez, do que a intenção original da autora. 
O resultado, porém, não ficou muito destoante e, sendo 
apenas uma homenagem, foi apreciado por ela. 

Reproduzo-o aqui para que vocês possam criticar à vontade. 
(Não paga nada). 

VEM SEM NADA 

Vens sem nada, minha fada? 
Melhor assim, ficarás plena de mim! 
Do meu lado, não te enganes, 
Impregnar-me-ei de ti: 
dos teus cheiros, 
tua pele, 
teus desejos, 
teus devaneios, 
tua voz 
e teus silêncios. 
Não careces de astúcias, 
nem medos, nem zelos, 
Vem sem nada, 
Teu destiino sou eu! 

tesco 

Assim vai se perpetuando a poesia, pode ser que daí surja 
algo de bom, o importante é ousar! 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 19



Três da série LORDE TEDRIC 
de E. E. 'DOC' SMITH 
Representante do mais popular sub-gênero da Ficção 
Científica, o "space opera", da qual o autor é considerado 
o 'pai'. Nada temos a dizer contra, mas, normalmente, 
essas histórias não dão muita contribuição científica ao 
gênero, limitando-se à mera reprodução dos conflitos  
comuns na Terra, transladados ao ambiente espacial. 
Uns são dramas do 'faroeste', outros mostram guerras 
convencionais, outros mostram rivalidades em academias 
militares, etc. Quando se procura entretenimento sem 
compromisso, esse é o tipo certo: Não exigem esforço do 
pensamento. Ao todo, cerca de  400 páginas. 

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O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
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ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.

domingo, 26 de janeiro de 2014

ANALISANDO LETRAS-9

CIDADÃO 

Essa composição de Lucio Barbosa foi gravada em1979 por 
Zé Geraldo, e não carece de explicações, sua mensagem é 
bem explícita: Um migrante nordestino, pedreiro / ajudante 
de obras, que encara as desilusões do selvagem mundo 
capitalista. 

No entanto, algumas observações podem ser feitas, tanto no 
aspecto externo - como a letra está formatada - quanto no 
aspecto intrínseco - o que a letra diz. 

Nesse aspecto formal, vendo que se trata do desabafo de um 
migrante de baixa condição econômica, é razoável supor 
que a gramática não seja levada em alta conta. Não pelo 
compositor, evidentemente, mas pelo personagem. 
Assim, as palavras que contém o dígrafo 'lh' são devidamente 
reduzidas para a forma popular, como 'oiar', ' trabaiei' e 'fia'. 

Já no sentido da letra, podemos ver o equívoco em que o 
trabalhador incorre quando acredita que, por ter colaborado 
na obra, tem direito aos seus benefícios. Não está dito, mas 
podemos inferir que o 'colégio' em que ele trabalhou na sua 
edificação, é uma escola da iniciativa privada, não tendo que 
conceder bolsas aos operários. Com certeza não é obra de 
governo. 

No mesmo caso 'aquele edifício', pode ser um prédio de 
apartamentos, nenhum direito lhe assiste de circular pela 
área interna. Somente olhar, tudo bem, mas o segurança 
comete um "excesso de zelo", e o afasta: "Sabe como é, 
tempos bicudos, não se pode dar mole pra esse pessoal!". 
O preconceito aqui vigora com extrema intensidade. 

Obviamente, não é o caso da igreja, o sacerdote não pode 
cobrar antes que o pessoal entre e se instale, isso ainda 
não é compatível com o lado comercial das igrejas. 
(Se fosse... Não sei não!). 

Curioso é notar que o 'cidadão' do título não se ajusta ao 
trabalhador, pelo menos pra ele mesmo. Nas duas vezes em 
que o termo aparece no interior da letra se refere a outras 
pessoas. Quer dizer, ele é um excluído, até de seu próprio 
ponto de vista. 

Finalmente, na última estrofe, vemos a concepção induzida 
pela Igreja Católica, de que o Cristo é o próprio Deus, tese 
firmada no "Mistério da Divina Trindade", fazendo o Cristo 
afirmar: 
"Fui eu quem criou a Terra 
Enchi o rio fiz a serra 
Não deixei nada faltar". 
O que, na linguagem bíbica, é obra do próprio Javé. 

Entretanto, Deus age através de suas criaturas, nós somos 
seus braços, e Jesus, o Cristo, segundo as informações dos 
espíritos superiores, realmente, presidiu e administrou toda 
a formação e formatação do planeta, pelo qual é ele o 
responsável. Assim, 'no popular', confundir bugalhos com 
alhos tem o mesmo efeito. 

Você pode ouvir a música no You Tube, clicando no título, aí 
embaixo. Não optei por uma apresentação ao vivo, porque 
prefiro remeter à gravação original, mas, pra outros vídeos, 
não faltarão indicações no site. 

CIDADÃO 
(Lúcio Barbosa) 
Zé Geraldo 

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto
Óio pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, 
- Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?

Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
Eu nem posso oiar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabaiei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar

Minha fia inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar

Esta dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava 
mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabaiei também

Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar

Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
   *   *   *   

É uma letra bem construída e de conteúdo relevante, coisa, 
infelizmente, cada vez mais rara na atualidade. 
Enquanto não surgem coisas boas, mergulhe nas coisas 
antigas mesmo. O coração bate mais satisfeito! 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 287

AS ORIGENS DO CRISTIANISMO 
de ANDREW WELBURN 
Os esotéricos tendem a se expandir em 
áreas em que podem designar 'mistério', 
e o período em que o Cristianismo
nasceu 
e cresceu, pobre em documentos
confiáveis, é o 
campo ideal para isso. O
professor Welburn 
não hesita e sai
angariando 'provas' para 
sua tese, que,
no fim das contas, nem sei 
qual é. Sei
que vai procurando 
semelhanças entre
os evangelhos e escritos 
mais antigos,
sejam budistas, zoroastristas, 
essênios
ou 
gnósticos. Algumas vezes torna-se enfadonho e parece 
repetitivo (afinal, são 410 páginas), mas, pra quem gosta
de 
pesquisar, não causa dano ao intelecto. 
A lombada descolou de um lado, mas se sustenta ainda,
com fita adesiva. 


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sábado, 25 de janeiro de 2014

SORTESCO 286 - RESULTADO

Na extração de hoje da Loteria Federal a dezena do 5° prêmio é 14,

e, por aproximação, 
a opção vencedora é de  
HISCLA!
Parabéns!

domingo, 19 de janeiro de 2014

BOBAGENS LINGUÍSTICAS-20

SERÁ QUE DÁ?
No livro "How to write Science Fiction and Fantasy", em que 
Orson Scott Card dá dicas de como formar a trama para uma 
história de ficção científica, no capítulo sobre criação de
mundos 
(2. World creation), falando sobre as linguagens
(linguagens dos 
mundos ficcionais), insere uma interessante 
nota sobre uma expressão idiomática do português, que nos 
é (a expressão) bastante familiar. Ele diz (tradução tescal): 

"Em português existe uma expressão idiomática comum 
baseada no verbo 'dar' (to give). Você pergunta a alguém, 
'Será que dá pra entrar?' e esse alguém responde 'Não dá'. 
Uma tradução literal ("Will it give to enter?" e "It doesn't") 
não traz sentido algum, no inglês. Quando você diz"Dá?" 
pra fazer algo, significa É possível?, É apropriado?, É certo?, 
Haverá resistência? É seguro?. Ainda assim nenhum desses 
termos carreia realmete o significado preciso. De fato, em 
inglês, não há nem palavra nem expressão que transporte 
o sentido exato." 

Confesso que nunca me perguntei sobre o que estaria 
querendo dizer com "Será que dá?", esse significado fica 
impregnado na mente, e nenhum questionamento surge. 
Até que você seja forçado a traduzir a expressão para outra 
língua. Aí é que se levanta o problema. Será que dá pé? 

   *   *   *   
Voltando ao "Dicionário Etimológico Termos Médicos", de 
Lima, Simões e Baracat, encontro novos verbetes 
interessantes: 

MASSETER 
– do grego Maseter, mastigador, Masaomai, eu mastigo. 
A palavra em latim deveria ser escrita com apenas um s, dada 
sua origem grega, e ter pronúncia oxítona. Provavelmnte 
houve confusão com o grego Massein, amassar, triturar. 

Como se pode observar, neste apanhado de termos médicos, 
por exemplo, equívocos em tradução são bastante comuns. 
Admiro esta gente que afirma que "A Sagrada Escritura não 
tem nenhum erro de tradução". É uma fé não somente cega 
como surda. Velhos alfarrábios, que além de traduzidos do 
hebraico, grego e latim, foram copiados e recopiados, sem 
erro? Nem milagre! 

MASTÓIDE 
- Do grego Mastos, mama e Eidos, semelhante. 
Daí o nome Amazonas para a tribo mitológica de mulheres 
guerreiras da Citia. A palavra deriva do grego A, sem e Mastos, 
mama, porque na adolescência tinham sua mama direita 
atrofiada ou amputada a fim de facilitar o manejo do arco e 
o carregamento do carcás (cuja tira atravessava o peito). 

Infere-se que as amazonas não tinham câncer de mama. 
Pelo menos na mama direita. 

MASTURBAÇÃO 
- Talvez do latim Manustuprationem, de Manus, mão e 
Stuprare, violentar. Violentar à mão. 

Hein?! Masturbação é estupro? Desde quando? 
Acredito que os autores derraparam aqui. Diz a Wikipedia

"O termo foi usado pela primeira vez pelo médico inglês e 
fundador da psicologia sexual, Dr. Havelock Ellis, em 1898. 
Foi formado pela junção de duas palavras latinas manus, 
que significa "mãos", e turbari, que significa "esfregar", 
com o significado de "esfregar com as mãos". 

Verifica-se o caso de "ser mais realista que o rei". Mesmo 
que a origem do termo não seja essa veiculada pela 
Wikipedia, estupro aí não faz sentido. 

MENSTRUAÇÃO 
- Do latim Menstruum, solvente. 
Acreditavam os antigos que o sangue menstrual era 
poderoso solvente. 

Pode uma coisa destas? Era só fazer uma série de testes. 

METAPLASIA 
- Do grego Metaplasis, transformação, que deriva de Meta, sair 
de e Plasis, formação: formação diferente do original. 

Postado para comparação com o verbete seguinte. 

METÁSTASE 
- Do grego Meta, sair de e Stasis, permanecer. 

É estranho ou não? Não fica nem sai, nada saudável. 
Parece que o termo mais apropriado seria 'metaplasia', pois, 
no caso do câncer, com que a palavra metástase é mais 
associada, a patologia se difunde no organismo 
transformando todas as células que encontra, metaplasia, 
portanto. 
Mas quem divulga esse termo são os médicos mesmo, 
talvez porque o termo seja mais 'espalhafatoso'! 

MORFINA 
- Do latim Morpheus, o deus do sono. 

Outro lapso dos autores, Morpheus não é deus do sono, este 
é Hypnos, seu pai. Morpheus é deus dos sonhos e, por 
metonímia, extensão de conceitos devido a proximidade, se 
diz: "Vou cair nos braços de Morfeu", para indicar que se vai 
dormir. Na realidade, tem que cair primeiro nos braços de 
Hypnos, para, adormecido, sonhar à vontade, agora sim, 
'nos braços de Morfeu'. 

Por hoje, chega. Até às próximas bobagens. 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 286

CARTAS EXTRAVIADAS 
E OUTROS POEMAS 
de MARTHA MEDEIROS 
Muitos poemas deste volume são poesia, 
mas alguns são minicontos e cerca de um 
terço deles são micro-crônicas. Isso 
porque o mesmo estilo - e talvez, temas 
- das crônicas da Martha se espalha por 
um terço dos poemas e, nas cinco cartas 
extraviadas, os personagens delineiam 
suas questões emocionais em cartas não 
enviadas. Parece que Martha é muito 
prática pra se desmanchar em lirismo 
puro e simples, mesmo assim, ela escreve 
coisas como esse final de um poema: 
"arranco minha própria pele para ver o que há embaixo 
embaixo não há nada 
estou toda por fora". 
Tem 140 páginas de sentimentos e emoções. 

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sábado, 18 de janeiro de 2014

SORTESCO 285 - RESULTADO

Na extração de hoje da Loteria Federal a dezena do 5° prêmio é 60,

e, por aproximação, 
a opção vencedora é de  
ANTONIO!
Parabéns!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O MARTELO DOS SACERDOTES

Este seria mais um ítem de "Bobagens linguísticas 20", a ser 
postado. Constatei, entretanto, que não havia questão
propriamente linguística, 
muito menos bobagem. Além disso,
estendi-me em diversas 
considerações, de modo que melhor
me pareceu postá-lo 
isoladamente. 

É outro verbete do "Dicionário etimológico - Termos médicos", 
de Simões, Lima e Baracat, onde encontramos explicação para 
um ossinho do ouvido ser chamado de: 

"MARTELO – 
do latim Malleus, martelo. 
O martelo, na idade média, tinha forma semelhante ao
utilizado 
na antiga Roma pelos açougueiros ou sacerdotes
para atordoar 
os animais antes da matança ou sacrifício. Este
instrumento era 
construído de madeira pesada e possuía
forma geral 
arredondada. O martelo moderno, com cabeça e
orelhas é 
invenção inglesa do século XVIII. Quem primeiro
parece haver 
descrito a bigorna e o martelo (ossículos da
audição) foi Vesálio 
(1550), que notou semelhança de forma
com os instrumentos do 
ferreiro e assim os denominou". 

Na verdade, nada tenho a comentar sobre o martelo, o que me 
chamou a atenção foi a sua utilização por "açougueiros ou 
sacerdotes". 

Veja-se a ironia: Os responsáveis pelo abate de animais e os 
responsáveis pela intermediação entre Deus e nós unidos numa 
mesma categoria, digamos assim. 

Isso acontecia porque, para os antigos, os deuses nos tinham 
criado "à sua imagem e semelhança", o que era perfeitamente 
lógico, se éramos "os reis da criação" deveríamos ser
parecidos 
com os deuses. 

Porém, os deuses eram antropomórficos, não somente na
forma 
física, mas no lado psicológico também. Portanto, tinham
todos 
os sentimentos dos mortais e sentiam semelhantes
emoções. 
Daí o porquê de ler-se no livro hebraico de Gênesis: 

"E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo o
animal 
limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto
sobre o 
altar. 
E o Senhor sentiu o suave cheiro, e..." (Gênesis 8:20-21). 

Este "Senhor" já era Jeová, mas ainda conservava a maioria
das 
características dos deuses do original babilônico (epopeia
de 
Gilgamesh). 

Os hebreus, contudo, davam mais valor às tradições do que às 
palavras dos profetas, pois estes afirmaram, falando por Jeová: 

"De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? 
diz o Senhor. Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e 
da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue 
de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes." (Isaías 1:11). 



"Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o 
conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos." 
(Oséias 6:6). 

Ouvidos moucos, pois, séculos depois destas advertências, já 
na época em que o Cristo pregava entre eles, ainda levavam 
bois, ovelhas e pombos, ao templo, em sacrifício a Jeová. 

Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C., pelos romanos e a 
difusão do Cristianismo, a tradição alterou-se: Não mais oferta 
de animais, o próprio Cristo teria se oferecido em sacrifício. 
Ficam os sacerdotes liberados do uso dos martelos! 

Notem a dupla incongruência: Deus, que nunca havia pedido 
sacrifícios de animais, aceitava o sacrifício do Cristo, em 
substituição! 

Ademais, pensa-se que o sacrifício de Jesus foi sua morte, isso 
é estranho de se pensar, pois todos nós morremos, não há 
excepcionalidade nisso. "Mas foi uma morte na cruz!", dirão 
alguns, "Uma morte humilhante, ao lado de ladrões!". 

Ora, não é humilhante morrer entre ladrões, ou entre tarados, 
ou entre prostitutas, não há nada de humilhante em morrer, 
humilhação, neste caso,  é somente um conceito sócio-cultural. 
A verdadeira humilhação aqui é dos romanos, que submeteram 
um inocente à tortura. 

"Ah, então o sacrifício de Jesus foi ser torturado!". 
Também não, milhões de pessoas foram torturadas nesses dois 
mil anos, e nem por isso são consideradas Cristos de Deus.  
O legítimo sacrifício de Jesus foi submeter-se a uma existência 
física entre nós, brutos, que nos estapeamos por qualquer
"Ai! 
Meu pé! Tá cego, peste?". 

Mal comparando, é como se, em vez de estar deitado no sofá, 
numa sala com ar condicionado, tomando sorvete e ouvindo
um 
concerto de Vivaldi, estarmos no sertão do Nordeste, sob
o Sol, em meio a uma seca, 
cuidando de enfermos de AIDS. 

Desde o final do século 19 e por todo o século 20, os espíritas 
fomos acusados de depreciar o "sacrifício de Cristo, que
morreu 
na cruz por nós". Ora, ninguém valoriza tanto o
"sacrifício de 
Jesus" quanto os espíritas. Seguir suas
recomendações não é 
acender velas, cantar "O Senhor é
meu pastor", ou gritar que 
"O sangue de Cristo tem poder!",
nada disso. 


Valorizar o Cristo é amar o próximo como a si mesmo e auxiliá-
lo sem, por isto, visar recompensas, físicas ou espirituais. 
Esse é o espírito do Cristianismo. 

Abraço do tesco. 

SORTESFCO 18

OLHOS DE ÂMBAR 
de JOAN D. VINGE 
É agradável ver personagens femininas 
sendo mais que adornos numa história 
masculina. Aqui elas tomam decisões e 
tomam seu destino em suas mãos.  São 
seis contos da autora, de sua própria 
autoria, porém, não adaptações (como 
Duna e Ladyhawke, já sorteados). 
Ficção científica sem dúvida, mas, com 
entonações psicológicas muito curiosas. 
No primeiro conto, por exemplo, como 
reage um ser alienígena a um
'demônio', 
que não passa de um ser humano transmitindo
instruções desde a Terra? 

Em 240 páginas. 

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domingo, 12 de janeiro de 2014

VIDA NOVA?

"Ano Novo, vida nova", diz o ditado. 
"Que tudo se realize no ano que vai nascer, 
muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender", 
diz a canção. 
"Muita prosperidade e Feliz Ano Novo!", 
dizemos nós aos amigos. 
Tudo é convenção, porém! A felicidade não vai chover 
em determinado dia de algum mês, nem vai ser 
entregue pelo correio com algum pacote. 

Tristezas e alegrias, oportunidades e infortúnios deverão 
aparecer, e somente se tornarão sucessos ou desgraças, 
a depender de nossa reação frente a elas. Não vêm com 
o objetivo carimbado, nós é que determinaremos sua 
categorização, sua destinação e seu alcance, a partir de 
nossas atitudes, e de nosso modo de ver as coisas. 

Transformemos cada evento que nos aconteça em algo 
favorável, não é fácil, nem estou dizendo que é, no 
entanto, é possível. Essa perspectiva me faz lembrar de 
duas visões otimistas: A do jornalista e escritor uruguaio 
Eduardo Galeano e a do cantor e compositor britânico 
Yusuf (ex Cat Stevens). 

Eduardo Galeano pode ser visto em 
"Para que serve a utopia?". 
Aí ele explica que a utopia não será alcançada, mas 
quando nos dirigimos para ela, caminhamos. E é essa sua 
finalidade, a de nos fornecer um rumo e nos incentivar à 
caminhar. 

Já a visão do Yusuf é mais extremista, mas válida como 
esboço grosseiro da filosofia de vida delineada. Está 
expressa na letra da canção "Moonshadow", de 1970: 

"Se eu perder minhas mãos, não terei mais que trabalhar; 
se eu perder minhas pernas, não terei mais que andar; 
se eu perder meus olhos, não terei mais que chorar". 

Claro que não é para se pensar desse modo, só visando 
as "vantagens" dos infortúnios, mas esse "lado bom" tem 
que ser somado às desvantagens. 

Somente com uma visão otimista das coisas se conseguirá 
um aproveitamento real da vida, pois as contrariedades 
não são "conversa pra boi dormir", elas aparecem de verdade. 
Assim, sempre renovando nossas visões de vida, tenhamos
um 
ano inteiramente feliz. E é isso que lhes desejo! 

Abraço do tesco. 

SORTESCO 285

FRANCISCO DAS CHAGAS
BATISTA - 
ANTOLOGIA 
Outro pioneiro da literatura de cordel
no 
Brasil, homenageado pela
Fundação Casa 
de Rui Barbosa.
Pena que o tema escolhido 
tenha
sido o cangaço, com a primeira parte 

dedicada a Antonio Silvino e a
segunda 
a Lampião, sobrando pouco
espaço para 
(outras) atualidades e
lirismo. Mesmo assim, torna-se
 bem
interessante ler os primórdios do 

cordel, quando se vê sua função de
suplemento, ou mesmo, 
substituição, da escola formal, como
em "A anatomia do homem". 

Este volume apresenta perda quase total da lombada, sendo 
arranjado por um conserto meu que, acredito, aguenta mais
uns 
dois ou três leitores. Tem 280 páginas de cultura. 

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Exemplos: Grupo 1 = dezenas 01, 02, 03, 04 e 05. 
Grupo 20 = dezenas 96, 97, 98, 99 e 00. 
Basta indicar esta sua escolha nos comentários. 
O vencedor será indicado pelo sorteio da Loteria Federal 
(link no ítem 2 do Regulamento), em 18/01/2014. 
Escolha um grupo AINDA DISPONÍVEL, 
ATÉ às 17 horas do dia do sorteio.