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sexta-feira, 31 de maio de 2013

"O COLECIONADOR" E "BLADE RUNNER"


Aparentemente as duas obras não têm nada em comum.
E não têm mesmo. 


Embora possa parecer que questionamentos existenciais
sejam uma conclusão comum em ambos, esses
questionamentos não surgem explicitamente na obra de
John Fowles, fora isso, a ambientação, os personagens,
e a motivação, são totalmente diversas nas duas.

Em "O colecionador" os personagens são apenas dois,
embora surjam outras pessoas, com diálogos e ações,
são apenas reminiscências de Miranda;.o ambiente é,
exclusivamente, a casa comprada por Frederick; e a
motivação é o sentimento doentio do Fred.

Em "Blade Runner" os personagens princioais são,
pelo menos, cinco; o ambiente é aberto e multi-variado,
e a motivação é de interesse da sociedade.

- Então por que você está juntando as duas obras num
mesmo post, tesco?

Bem, as dois filmes são originados de livros, como o é a
maioria dos filmes, "The collector", 1963, de John Fowles,
e "Do androids dream of electric sheep?", 1968, de Phillip
K. Dick, apesar de Wikipedia dizer que o roteiro do filme
é "vagamente baseado no romance". Fica-se sem saber
o que Wikipedia entende por "vagamente", a analogia
entre os dois é quase perfeita.

O que acontece é que li o livro de Dick em 1983, um ano
antes de assistir ao filme. Li o romance no original, porque
a tradução só foi publicada no Brasil, parece-me, em 1989.
E ao assistir ao filme fiquei encantado: O filme é tão bom
quanto o livro.

Já quanto a "O colecionador", assisti ao filme nos anos 70,
na TV. e gostei bastante do filme. O livro só li neste mês
de maio, embora o tivesse na estante desde os anos 90.
E, francamente, não gostei do livro!

Já não lembro muito do filme, mas me parece muito mais
dinâmico e, creio, não contempla tantas reminiscências
de Miranda, como está cheia a segunda parte do livro.
O que me encheu o saco, diga-se de passagem.

Resultado: É um dos raros casos em que gosto do filme,
mas não do livro que o originou.

- Mas, como vocês já sabem, o gosto do tesco não é lá
muita coisa, não serve de referência.

Que é isso, cara?! Vai esculhambar tua vó!
(com licença da dona Florinda). 
Apesar de não gostar de Clarice Lispector, e preferir
Paulo Coelho a Dostoiévski (sem falar em James Joyce!), ,
não tenho o gosto tão estragado, afinal, gosto de Beatles
e continuo não gostando de Menudos.

Abraço do tesco.


ATUALIZANDO:
Li, agora há pouco, na extinta revista da Editora Abril,
Ciência Ilustrada, de novembro de 1983, pequeno artigo
noticiando o lançamento , pela Francisco Alves, de "O
caçador de andróides", tradução de Ruy Jungman para
o citado livro de Dick: "Do androids dream...".
De qualquer maneira, a tradução foi feita bem depois
do original, no rastro do sucesso do filme.
(em 04/06/2013)

2 comentários:

Clara Lúcia disse...

Muito interessante a comparação dos livros/filmes. Não tinha prestado atenção. Aliás, preciso assistir mais de uma vez pra prestar atenção.
Tbm não gosto de Clarice L. e isso choca algumas pessoas.

Abraços!

tesco disse...

É bom saber que não existe unanimidade quanto aos consagrados, tanto obras, quanto autores. Ainda há pouco tempo, me surpreendi com uma leitora que não gostou de "Madame Bovary", a que eu reputu de uma grande droga!
Há muita heterogeneidade em todos os autores, como exemplo posso citar Machado de Assis, de quem admiro muito os contos, mas como romancista considero um desastre.
E, mesmo entre os romances, acho "Dom Casmurro" um saco, suportando mais "Memórias póstumas de Brás Cubas".
Como digo: "Tem desgosto pra tudo".
Beijos.