TRADUTOR

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

quarta-feira, 19 de maio de 2010

SOBRE "A PILULA VERMELHA"


Não assisti a nenhum filme da série “Matrix”,
apenas um trecho, não sei de qual deles e,
quando assisti, não sabia que era um “Matrix”.
Não entendi nada, mas não gostei, assim mesmo.

Ao ler o livro objeto do sortesco abaixo, “A pílula
vermelha”, foi que tomei conhecimento do tema,
que me pareceu muito surrealista.

Sei que, a priori, não se deve descartar nenhum
tema na literatura / filmografia, principalmente
quando se trata de ficção científica, mas os
buracos deixados no entendimento / aceitação
do tema desse filme são muitos.

- Ora, tesco, isso é ficção, não cabe nenhum
questionamento.

Cabe sim! Sendo fantasia, pura e simples, como
“A incrível fábrica de chocolate”, ou “O mágico
de Oz”, não precisamos questionar nada. Mas
sendo ‘ficção-científica’, precisa manter um
mínimo de coerência com os conhecimentos
atuais.

Primeiramente a situação inicial:
O remanescente da humanidade, à exceção de
alguns indivíduos, encontra-se atrelada, sem ter
conhecimento disto, a um sistema de manutenção
de vida similar à das culturas hidropônicas, isto é,
recebendo nutrientes mergulhada em um caldo
nutritivo.

Já aí levantam-se muitas questões.
A quanto monta essa população ‘remanescente’?
Partindo-se de uma extinção em massa,
‘deletando-se’ 99% da população atual, ainda
teríamos mais de 60 milhões de pessoas.

Imagine agora colocar todo esse pessoal em
cubas nutritivas. Se aplicar uma vacina numa
quantidade dessas já é problemático, como
seria fazê-las conformar-se pacíficamente a
uma reclusão desse tipo?

- Consequentemente a uma situação caótica
todos vão procurar alimento e submeter-se às
exigências de quem lhe dê comida.

Não é tão simples. Nunca houve unanimidade
em nada no mundo e, mesmo após explosões
nucleares, continuará havendo dissensões.

Agora aparece um segundo questionamento:
Acredito que, havendo remanescentes de uma
hecatombe universal, eles estarão dispersos por
todo o planeta, das planícies siberianas aos
campos da Patagônia.

Na situação inicial, todos estão juntos ou, pelo
menos, aproximados. Como juntar a população
mundial num só lugar? E que lugar seria esse,
que conta com uma infra-estrutura tão boa, com
energia elétrica, alimento, e mão-de-obra
ordenada?

- Bem, aí... É, é complicado!


Sim, mais complicado do que pensávamos no
começo. Nem eu havia pensado nisso.
Alimento para 60 milhões de pessoas não surge
assim do nada. Normalmente vem da agricultura,
e agricultura está bem longe de ser totalmente
mecanizada.

Mas, tem mais!

A finalidade disso não é uma questão
humanitária. Segundo o que li, é para a
obtenção de energia para uma Inteligência
Artificial maligna.

Ora, um dos ensaios do livro nos diz que a
energia obtida de corpos humanos (e nem é sua
queima, pura e simplesmente, como se faz com
carvão) seria mínima, insuficiente para manter
qualquer sistema cibernético. Mais proveitoso
seria utilizar a energia eólica que, provavelmente,
ainda estaria disponível sem dificuldade.

- Essa I.A. não é tão inteligente, é mais maligna.

Sem dúvida! Mas a minha questão fundamental
é sobre a ilusão imposta a essa “fonte de
energia”. Como o sistema conseguiria sobrepor
uma vida virtual aceitável para esses milhões
de pessoas, com cada um seguindo seu próprio
nariz? Todos teriam suas próprias opiniões e
habilidades, mesmo que virtuais, e não teriam
abdicado disto.

Sabe-se que a principal virtude dos sistemas
computadorizados é a repetição de
comportamento sem evidência de ‘cansaço’.
Não haveria uma ‘padronização’, com vidas
virtuais iguais para pessoas diferentes?

Sei não, mas pra mim a Matrix, vista de um
modo prático, realístico, não funcionaria.

Como metáfora, sim! Acontece atualmente e em
toda a capacidade produtiva. A mídia nos toma
como ‘fontes de energia’ e nos impõe uma vida
virtual, onde somos condicionados por uma
dose maciça de consumismo e, se nos
adaptamos a esse sonho imposto, dificilmente
podemos escapar.

Nossa sorte é que nem todo sonho é previsto
pela “Matrix / Mídia” e, parece paradoxal, com
esses sonhos nos libertamos da ilusão.

Abraço do tesco.

3 comentários:

Daniel Savio disse...

Tesco, até que pode sim, na qual os corpos antigos / mortos fosse reprocessados como ração...

Concordo que haveria fontes novas fontes de energias, até a termica seria melhor, mas partido do pressuposto que ele é maligna e dá satisfação ela "cultivar humanos (para lhe dar o mundo que ela quer)" não é tão inreal a possibilidade da Matriz.

Fique com Deus, menino Tesco.
Um abraço.

hiscla disse...

Meu querido Tesco,
Penso que o filme [e aquilo que chamamos academicamente de 'ficção cientifica infatil' isso pq é senso comum nalguns ambientes que a ficção caminha a frente da realidade, porém, se infatizada erde mesmo a quealidade e vira so diversão.
O tema é atual, os fisicos se debatem se na questão do destino. Afinal, somos seres determinantes de nossa propria existencia ou ha uma matriz que determina ate as crises que vivemos no ato de fazermos as escolhas?
Então creio que vacilo ta na questão de fazer filme ou livro pra vender e não pra despertar algum questionamento mais sério-FILOSOFICO.
Eeu particularmente curto o questionamento mas tb critico a forma como esta veiculado.Porém, fizessem de outra de forma não daria lucro aos produtores -editores.
beijos

Anônimo disse...

Tesco, eu tenho pensado nesse assunto há algum tempo, visto que ando meio preocupada com o que está acontecendo no mundo.

Espero que meus filhos dêem continuidade à espécie, mas será que estou certa? Qual seria o preço a ser pago pelos meus descendentes? Não sei responder.

Os filmes de ficção científica até agora provaram ter sido um fiasco, porque pensávamos que iria acontecer um monte de coisas nos tempos atuais e quase nada surgiu. Os que chegaram mais perto foram justamente dois desenhos: Johnny Quest e os Jetsons.

Para mim, o mais provável que aconteça no mundo daqui a um tempo é o filme "No ano de 2025" (acho que o ano é esse), cujo título em Inglês é "Soylent Green". Esse filme foi protagonizado por Charlton Heston com o auxílio luxuoso de Edward G. Robinson. A tecnologia avançada é praticamente zero, mas a possibilidade de alimentação que é mostrada lá é de deixar todos nós em pânico.

Se ainda não viu, procure baixar.

Beijotescas

Yvonne